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Crimes em Cumbica superam 3 vezes ocorrências em Congonhas

De cada 100.000 pessoas que desembarcam em Guarulhos, 5,5 são vítimas de algum tipo de crime; polícia reclama que justiça libera presos em flagrantes

Por Da Redação
9 dez 2013, 09h10

Um passageiro no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, tem quase três vezes mais chances de ser vítima de crimes do que um viajante em Congonhas, Zona Sul da capital paulista. A taxa de criminalidade no terminal internacional é de 5,5 ocorrências por 100.000 passageiros, enquanto em Congonhas é de dois por 100.000.

O cálculo foi feito com base nas ocorrências, de janeiro a outubro deste ano, registradas pelas Polícias Civil e Federal. A reportagem contabilizou crimes envolvendo pessoas – furto, roubo, homicídio, lesão corporal e desacato – e dividiu os registros pelo número de passageiros em cada terminal.

Especialistas em segurança atribuem o índice de Cumbica ao fluxo de pessoas. “O risco de o criminoso ser pego em Guarulhos é menor. As quadrilhas se difarçam mais facilmente em aeroporto internacional e há mais vias de acesso e saída. Em Congonhas, é mais fácil cercar alguém”, diz o consultor e coronel Carlos Alberto de Camargo, ex-comandante da Polícia Militar.

O consultor em segurança Hugo Tisaka diz também que estrangeiros são alvos fáceis. “Em Cumbica, há mais estrangeiros que não conhecem o aeroporto nem os costumes locais.” Além disso, os passageiros transportam bens mais valiosos.

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População flutuante – O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, divisionário da Delegacia Especializada no Atendimento ao Turista (Deatur) e responsável pelos dois aeroportos, explica que a população flutuante interfere no número de crimes em Cumbica. “Uma pessoa vai viajar e dez a acompanham para dar tchau. Na volta, tem mais quinze para recebê-la”, diz.

O volume de passageiros por dia é de 98.000 em Cumbica, mas o número de pessoas que passa pelo local pode chegar a 150.000 – número equivalente à população de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Em Congonhas, são 46.000 passageiros por dia e população flutuante de 60.000.

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Os furtos e roubos nos terminais acontecem principalmente no saguão, nos balcões de check-in e nas praças de alimentação, onde os criminosos se aproveitam da distração dos passageiros. Nico afirma que as “gangues andinas” – formadas por colombianos, peruanos, bolivianos e chilenos – são responsáveis por 90% das ocorrências nos dois aeroportos.

Vítima – O executivo Paulo Reis, que viaja toda semana por Congonhas, conta que esperava por um carro quando um jovem se aproximou e pediu informações. Enquanto isso, um comparsa roubou sua pasta. “Foi no ponto cego das câmeras, na última porta do desembarque. Com toda a paciência, ainda expliquei como chegar ao centro. Até falei em espanhol”, diz Reis.

A maior reclamação da polícia é não conseguir prender assaltantes. Os ladrões presos em flagrante por furto podem pagar fiança e ser liberados. “Tem um peruano que já prendemos três vezes neste ano. Ele é solto e volta com nome diferente”, diz Cícero Simão da Costa, delegado titular de Congonhas.

(Com Estadão Conteúdo)

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