CPI ouve delegado a portas fechadas
Comissão que investiga atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira ouve a portas fechadas o responsável pela Operação Vegas, da Polícia Federal
A CPI do Cachoeira decidiu tornar sigiloso o depoimento do delegado Raul Alexandre Souza, responsável pela operação Vegas da Polícia Federal (PF). Os integrantes da comissão aprovaram, por 17 votos a 11, um requerimento que restringe a sessão a parlamentares e funcionários. A decisão vale também para a próxima sessão, que ouvirá outro delegado e dois procuradores da Polícia Federal. Logo após a votação, pouco depois das 15h30, teve início o depoimento de Raul Alexandre – o primeiro da CPI.
Até agora, o delegado se limitou a confirmar as informações que estão nos autos, sem dar aos parlamentares novos nomes mencionados nas investigações. A perspectiva é de que o depoimento seja longo, já que a lista de inscritos para fazer pertungas a Raul Alexandre é extensa. A CPI tem 62 integrantes, divididos entre suplentes e titulares. Todos podem usar a palavra nas reuniões.
O debate sobre o sigilo da reunião foi intenso. “Ele poderá falar sobre o que já foi investigado Não vejo porque estarmos numa sessão secreta com o delegado”, disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Mas ampla a maioria optou pelo segredo.” O que o delegado disser pode colocar em risco a investigação”, afirmou Pedro Taques (PDT-MT). O requerimento que pedia o sigilo da sessão foi apresentado pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) e pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF).
Com a decisão desta terça-feira, o primeiro depoimento aberto da comissão será o do contraventor Carlinhos Cachoeira, marcado para 15 de maio. Embora seja obrigado a comparecer, ele tem o direito de ficar calado. E essa é uma possibilidade real: a defesa de Cachoeira alega que ele ainda não teve acesso à íntegra das investigações.