Sem acesso à investigação, Cachoeira deve ficar calado
De acordo com Márcio Thomaz Bastos, advogado do contraventor, Vital do Rêgo deve discutir com integrantes do colegiado o pedido feito pela defesa
O advogado de defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira que, caso a comissão parlamentar de inquérito (CPI) não libere à defesa os documentos das investigações desencadeadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, o contraventor deve permanecer calado no depoimento que irá prestar à comissão no próximo dia 15. De acordo com o advogado, ex-ministro da Justiça no governo Lula, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), deve discutir com integrantes do colegiado nesta terça-feira o pedido feito pela defesa.
“Se ele não tiver acesso ao material, se nós não tivermos, é muito difícil ele depor. Ele pode se refugiar no seu direito de ficar em silêncio para não se incriminar”, disse Thomaz Bastos, que encaminhou à CPI uma solicitação de acesso às informações. “Estive com o senador Vital do Rêgo pedindo a ele que nós tivéssemos vista de todos os elementos que existem na CPI, sem os quais o nosso cliente não pode depor. Ele vai obedecer a todas as prescrições, não só da Justiça, mas da comissão parlamentar de inquérito, mas nós obtemperamos a necessidade de que ele tenha, por seus advogados, acesso a todos os documentos”.
Na avaliação dos advogados de Cachoeira, as interceptações telefônicas envolvendo o bicheiro estão fora de contexto e comprometeriam a defesa do contraventor. De acordo com Thomaz Bastos, o ideal seria adiar o depoimento de Cachoeira à CPI até que todos os documentos pudessem ser analisados. “Acho que seria prudente não um grande adiamento, mas um adiamento para que a gente tivesse acesso a tudo que a CPI tem”, disse Bastos.