Duas das três testemunhas de defesa do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio, não vão depor na manhã desta segunda-feira à comissão da Câmara Municipal que tenta seu impeachment. A principal delas seria o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT). O ministro alegou compromissos da pasta em Sergipe. Ele apresentou um ofício de uma página, onde afirma que Dr. Hélio tem “idoneidade moral e reputação ilibada”, informou o presidente da comissão processante, vereador Rafa Zimbaldi (PP). Entrevista: Acuado, Dr. Hélio já se compara ao seu ‘ícone’, José Dirceu A comissão foi formada depois de a administração de Campinas ser abalada, em maio, por um escândalo que envolve a primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Rosely Nassim Santos, denunciada pelo Ministério Público (MP-SP) por formação de quadrilha, fraude licitatória e corrupção passiva. As ilegalidades estão centradas na companhia de águas e saneamento de Campinas, a Sanasa. Dr. Hélio não é investigado pelo MP, porém Rosely Santos teve prisão preventiva decretada e chegou a ficar foragida, antes de obter habeas corpus. A segunda testemunha da defesa, o deputado estadual e presidente estadual do PT, Edinho Silva, alegou compromissos partidários. Silva não apresentou uma defesa por escrito do prefeito. Ele pede uma nova data para depor. É a segunda vez que o deputado petista adia o depoimento. O único que depõe nesta segunda-feira é o deputado federal Guilherme Campos (PSD). Campos foi vice-prefeito de Campinas durante a primeira administração de Dr. Hélio (2005-2007), antes de ser eleito deputado. Para o vereador Artur Orsi (PSDB), autor do pedido de impeachment, a ausência das testemunhas é uma prova do desgaste político do prefeito. “Poucos tem interesse em defendê-lo agora”, disse. O advogado de defesa de Dr. Hélio, Alberto Rollo, culpou a organização da comissão pelas ausências. “Se o ministro não pode hoje, que venha outro dia. Não custa combinar”, afirmou. Rollo disse que irá exigir que as testemunhas de defesa sejam ouvidas em outra data. A comissão encerra seus trabalhos no fim de agosto, quando deve entregar um relatório que servirá de base para a votação do impeachment do prefeito.