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Contra críticas e deserções, Brasil quer convencer Cuba a pagar mais a médicos

Governo federal tenta ampliar o repasse pago aos profissionais da ilha, já que pretende usar programa como trunfo na corrida eleitoral deste ano

Por Da Redação
19 fev 2014, 09h25

Em uma tentativa de amenizar as críticas a uma das vitrines eleitorais da presidente Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto tenta convencer a ditadura dos irmãos Castro a elevar o salário dos doutores cubanos que integram o programa federal Mais Médicos. O governo brasileiro negocia com Cuba um aumento do valor pago aos médicos enviados pela ilha: de 400 dólares para 1.000 dólares, o equivalente a 2.400 reais – ainda muito longe dos 10.000 reais pagos a médicos brasileiros e de outras nacionalidades que integram o programa. O governo avalia que o aumento seria eficiente ainda para frear as deserções.

Somente na semana passada, quatro cubanos abandonaram o programa. A situação dos médicos da ilha ganhou destaque após a desistência de Ramona Rodriguez, que fugiu de seu posto de trabalho em Pacajá, no Pará, e se abrigou na Câmara dos Deputados alegando ter sido enganada pelo governo cubano. Na avaliação do Planalto, um salário maior para os profissionais poderia ajudar, também, a amenizar o descontentamento do Ministério Público do Trabalho. Uma investigação sobre as condições dos médicos recrutados em Cuba está em curso.

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O procurador Sebastião Caixeta já avisou que deverá apresentar ao Ministério da Saúde, em breve, recomendações sobre a necessidade de se alterar a relação trabalhista. Dos 9.000 médicos que atuam no programa, 7.500 são cubanos. O aumento do salário desses profissionais importados de Havana começou a ser discutido na Casa Civil, há duas semanas, em reunião com a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Saúde, Arthur Chioro. Questionado sobre o assunto, Chioro afirmou estar “sensível” ao problema.

Médicos brasileiros recebem 10.000 reais, mesmo valor repassado pelo governo Dilma ao convênio firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). “Qualquer trabalhador que tenha um aumento no salário fica feliz. Não seria diferente com a gente”, diz um médico cubano que atua em um posto de saúde da Zona Norte de São Paulo sobre o novo valor.

Ele afirma que com o aumento será possível economizar algum dinheiro para quando voltar a Cuba, ao contrário do que acontece atualmente. “Como estamos há apenas três meses aqui, ainda não deu para guardar muita coisa. Não dá para economizar tanto porque temos despesas pessoais, como internet e telefone”, diz.

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De olho no governo paulista – Idealizado pela equipe do Ministério da Saúde, o Mais Médicos também terá destaque na campanha do ex-ministro Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo. Pesquisas do Planalto indicam que a maioria da população aprova o programa, um trunfo que o governo quer preservar até outubro.

Desde que a Ramona abandonou o programa, a oposição acusa o PT de se aproveitar do trabalho escravo. Nos bastidores, DEM e PSDB dizem que o acordo é uma troca, uma forma de amortizar o dinheiro brasileiro emprestado para a construção do Porto de Mariel, em Cuba.

(Com Estadão Conteúdo)

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