Consultoria de Dirceu faturou R$ 39,1 mi entre 2006 e 2013, mais do que o declarado à Receita
Só o ex-ministro levou R$ 4 milhões da JD Assessoria e outros R$ 2,5 milhões do escritório de advocacia que fazia parte até 2012
A JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu faturou 39,1 milhões de reais entre 2006 e 2013; um valor 33,5% maior do que o discriminado na quebra de sigilo entregue aos procuradores da Operação Lava Jato, de 29,3 milhões de reais. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, parte desse ganho extra vem de clientes estrangeiros, que não são listados na Receita Federal.
A empresa confirmou ter feito negócios com grupos ligados ao setor de comunicação, tais como os empresários mexicanos Carlos Slim (controlador da America Movil, maior operadora de celulares nas Américas) e Ricardo Salinas presidente do grupo Salinas que inclui o Banco Azteca, Grupo Elektra, TV Azteca e Iusacell), além do empresário de comunicação da Venezuela Gustavo Cisneros e a gigante de telecomunicações espanhola Telefónica.
Como o dinheiro proveniente de serviços a esses grupos estrangeiros chegou à JD Assessoria via contratos de câmbio, os nomes desses clientes não constam na declaração à Receita Federal. Nesta modalidade de contrato, só se declara o valor do pagamento e não quem fez o depósito. Só é preciso fazer a discriminação caso se caia na malha fina do Leão.
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Pagamento – Ainda de acordo com o jornal, em sua declaração de imposto de renda individual, Dirceu aponta que embolsou um lucro de 6,5 milhões de reais com a JD e o escritório de advocacia Oliveira e Silva e Ribeiro. Só a JD lhe rendeu 4 milhões entre 2006 e 2013. Vale ressalvar que Dirceu só ficou no escritório até 2012 – ele saiu após ser condenado no processo do mensalão a 10 anos e 10 meses de prisão. A JD está sob investigação na Operação Lava Jato. Os procuradores suspeitam que Dirceu tenha recebido propina de empreiteiras simulando a prestação de serviços de consultoria.
(Da redação)