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Congresso deve instalar comissão sobre mudanças climáticas nesta terça

Exposição internacional de queimadas na Amazônia motivaram criação do grupo misto permanente, anunciado pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre

Por Da Redação Atualizado em 27 ago 2019, 05h45 - Publicado em 27 ago 2019, 01h54

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou em nota o objetivo de instalar, nesta terça-feira 27, a Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, que será composta tanto por senadores quanto deputados com o objetivo de discutir pautas ambientais, especialmente o avanço das queimadas na região amazônica.

“Como presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, externo a preocupação de todos os parlamentares com as queimadas que atingem a Amazônia nos últimos dias. O nosso sentimento é de que este assunto merece uma atenção diferenciada para que possamos apresentar ao Brasil e ao mundo soluções efetivas”, declarou Alcolumbre na última semana.

A presidência da comissão ficará com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e o relator será um deputado, ainda não definido. 

Na noite desta segunda-feira, o Palácio do Planalto se posicionou oficialmente contra aceitar doação de 20 milhões de dólares, equivalentes a cerca de 83 milhões de reais, oferecidos pelo G7, o grupo que reúne as sete maiores economias do mundo, para combater queimadas na Amazônia. Sobre o assunto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que a colaboração seria “importante”, mas que ações do governo federal contra o desmatamento florestal não dependem de ajuda estrangeira.

Salles reconheceu também que há um aumento do desmatamento nos últimos anos, mas apresentou questões climáticas como um dos motivos para o crescimento de queimadas, comparando dados com outros anos pouco chuvosos. O ministro salientou o desafio de se desenvolver economicamente a região com práticas sustentáveis.

Recentemente, em meio a críticas internacionais sobre as ações ambientais do governo brasileiro, organizações do setor empresarial se posicionaram sobre o tema. “No Brasil, temos 7,8 milhões de hectares de árvores plantadas comumente cultivadas em terras antes degradadas”, disse a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) em carta aberta divulgada na última sexta-feira por Paulo Hartung, presidente da entidade.

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“Acreditamos no potencial de desenvolvimento da região [Amazônica] e do seu povo com modelos econômicos sustentáveis que não dependam da alteração da cobertura florestal”, afirma o documento. Segundo a Ibá, para cada 1 hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é conservado. A entidade aponta 5,6 milhões de hectares de áreas naturais protegidas, superando o exigido pela regulamentação nacional. “Estima-se que o estoque de CO2 equivalente do segmento, incluindo área cultivada e conservada, seja de 4,2 bilhões de toneladas.”

Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a se reunir com ministros para tratar dos incêndios na floresta. Após a conversa com o presidente, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, disse que a situação na Amazônia está controlada e que cerca de 2.700 militares das Forças Armadas estão prontos para atuar na região.

Ainda nesta segunda, o governo teve novo embate com o presidente da França, Emmanuel Macron, que falou sobre conferir status internacional à floresta. “Sobre a Amazônia falam brasileiros e as Forças Armadas”, rebateu o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros.

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(Com Estadão Conteúdo e Agência Senado)

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