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Com notas frias, Delta lavava dinheiro para Cachoeira

O esquema foi revelado com base em análise de papéis e e-mails apreendidos na JR Prestadora de Serviços, um dos CNPJs usados pela Delta para pagar serviços fictícios

Por Da Redação
6 ago 2012, 11h27

A Polícia Federal sustenta que a Delta Construções encomendava notas frias para dar fachada legal a pagamentos feitos à organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os pedidos eram feitos a um empresário, acusado de fornecer para a quadrilha os documentos e montar empresas de “prateleira”, sem funcionários ou atividades reais.

Descrito em relatório da PF, o esquema foi revelado com base em análise de papéis e e-mails apreendidos na JR Prestadora de Serviços, um dos CNPJs usados pela Delta para pagar serviços supostamente fictícios. Na firma, em Anápolis (GO), foram recolhidos documentos sobre a constituição de mais cinco pessoas jurídicas (Brava Construções, Let Laminados, Flora Brasil, Gold Petro e Libra Factoring), cujas contas eram movimentadas por homens de Cachoeira. O responsável pelo escritório seria Francisco de Asis Oliveira, apontado como criador das empresas.

Convênios – Segundo a PF, Oliveira está envolvido no desvio de 300 milhões de reais de convênios firmados principalmente por prefeituras com uma entidade com sede no Paraná. As fraudes foram reveladas em 2010 pela Operação Parceria. Segundo as investigações, 70 milhões de reais passaram por uma das empresas de Oliveira.

Os detalhes do esquema com a Delta constam de e-mails apreendidos pela PF, trocados pelo empresário com Adriano Aprígio de Souza, ex-cunhado de Cachoeira e apontado como laranja do esquema. Em mensagem de 14 de janeiro de 2010, Aprígio pede ajuda para justificar um pagamento: “Preciso receber em uma construtora 600 e não estou conseguindo. Você não me ajudaria a levantar uma nota para receber isso?”.

Mensagens posteriores dão detalhes. Aprígio diz que precisa de uma empresa de “prestação de serviços” e não de “vendas” e avisa que seria necessário cadastrá-la na “matriz” – provavelmente a empreiteira – para receber pagamentos via transferências bancárias.

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Após a apresentação da Delta, a Brava Construções e a JR passaram a ter como representante em bancos o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva. De acordo com a PF, vinha da Delta a maior parte dos recursos recebidos por essas empresas, que serviam para fazer pagamentos a pessoas ligadas a políticos.

Segundo documentos da CPI do Cachoeira, só das contas da JR foram sacados mais de 7,5 milhões de reais entre abril e agosto de 2010. A empresa emitia cheques nominais para si mesma e autorizava pessoas a descontá-los, operação atípica que serve para encobrir a identidade dos beneficiários do dinheiro. Os saques eram quase sempre abaixo de 100 000 reais, valor a partir do qual as transações são monitoradas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda.

(Com Agência Estado)

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