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‘Não temos informação’ de brasileiros reféns, diz embaixador do Brasil

Frederico Meyer, diplomata baseado em Israel, afirmou que 'há desaparecidos', mas que nenhum órgão confirmou possíveis sequestros

Por Da Redação Atualizado em 20 out 2023, 13h17 - Publicado em 20 out 2023, 09h06

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, foi o entrevistado desta sexta-feira, 20, na live de Os Três Poderes. A atuação da diplomacia brasileira no conflito Israel-Hamas, que mostrou uma escalada de tensão nos últimos dias, está na pauta do programa, que analisa os principais fatos da semana com a participação dos colunistas Matheus Leitão, Robson Bonin e Ricardo Rangel.

Questionado pelo colunista Matheus Leitão sobre a possibilidade de haver brasileiros entre os reféns do Hamas, o diplomata revelou que 350 corpos ainda não foram identificados após o ataque do Hamas, a maioria da festa rave, mas que o governo de Israel não apontou detalhes sobre as vítimas que teriam sido sequestradas pelo grupo terrorista.

“Eu fui ao enterro da Celeste, que tava sendo dada como desaparecida e finalmente o corpo dela foi identificado… Então a gente não tem informação de nenhum órgão que haja brasileiros sequestrados [pelo Hamas]. Nós sabemos que há desaparecidos e esses desaparecidos podem ser pessoas que serão posteriormente identificadas ou que estejam na mão do Hamas, mas isso a gente não sabe”, disse.

Meyer também disse que existe a expectativa de uma solução, apesar de nenhum lado dar sinal disso até o momento. “Antes [Guerra do Yom Kippur] era uma guerra de estados. Agora é uma guerra com organizações. Em ambos os casos, as crises têm a capacidade de abrir janelas de oportunidades. Acho que tem a possibilidade de resultar numa solução, com diplomacia, com saliva, vontade e concessões”, opinou, demonstrando otimismo.

“Eu acho que a gente pode chegar num acordo. Os países podem chegar num acordo. Não é fácil, mas é possível”, acrescentou.

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Questionado se as posições de autoridades ligadas ao governo e setores que apoiam o governo, como o MST e grupos de esquerda, de se posicionarem, muitas vezes contra Israel atrapalham o seu trabalho, o embaixador negou.

“O Brasil é uma sociedade plural, tem várias opiniões dentro e fora do governo e a gente convive com isso. A minha interlocução é com o governo. Eu não recebo instrução do MST, recebo do ministro Mauro Vieira e do presidente Lula. Opiniões você vai ter diversas, mas isso não interfere no meu trabalho”, afirmou.

Sobre o posicionamento do Brasil de não chamar o Hamas de grupo terrorista, Meyer ponderou que é normal. “É compreendido, porque é uma posição de política brasileira. Nós só reconhecemos organismos declarados terroristas uma vez que o Conselho de Segurança [da ONU] declare”, ressaltou.

Já em relação aos brasileiros que aguardam para deixar a região sul da Faixa de Gaza, o diplomata disse acordar esperançoso todo dia sobre a questão e que está “esperando a posição de Israel”, já que é o país quem vai abrir a fronteira. “Eu tenho esperança que seja aberta no domingo”, disse.

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Por fim, o embaixador lamentou que inocentes de ambos os lados morram no conflito e comentou sobre o ataque ao hospital de Gaza que deixou centenas de mortos. “Os riscos [da guerra] são a perda de vida dos mesmos de sempre: idosos, crianças, mulheres, bebês. Por isso esse conflito tem que ter uma solução. Porque as pessoas que sofrem de ambos os lados são crianças, jovens, projetos de vida”, ressaltou.

“É difícil estabelecer quem atacou o hospital. Mas o que interessa é que morreram bebês, pessoas tratando câncer, as mesmas vítimas de sempre… eu acho que a escalada do conflito não é do interesse de ninguém”, concluiu.

Veja como foi a entrevista:

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Com o mundo ainda sob impacto das atrocidades do Hamas contra Israel, uma mortal explosão em hospital em Gaza elevou a tensão e as incertezas sobre uma possível trégua na guerra no Oriente Médio. Conforme mostra capa de VEJA desta semana, o ataque é um sinal do longo caminho até o fim do conflito. Um indício disso foi a afirmação de um ministro israelense, de que seus soldados “em breve verão Gaza por dentro”, indicando uma entrada por terra. O país, contudo, tem discutido com os EUA “alternativas” à invasão total, segundo Joe Biden.

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