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CNJ recebe 70 sugestões para implantação do juiz de garantias 

Propostas enviadas por meio de uma consulta pública aberta pelo conselho serão analisadas por um grupo de trabalho

Por Da Redação 10 jan 2020, 20h23

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recebeu cerca de 70 sugestões para a implantação da figura do juiz de garantias. As propostas foram apresentadas através de uma consulta pública, aberta pelo conselho no dia 30 de dezembro e que termina nesta sexta-feira, 10.

A consulta foi aberta a tribunais, associações de juízes, magistrados, Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública da União (DPU) e ao Colégio Nacional de Defensores Públicos-Gerais (Condege). Segundo o CNJ, 67 sugestões foram enviadas por magistrados e tribunais.

As propostas serão analisadas por um grupo de trabalho instituído pelo presidente do CNJ, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, e coordenado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins. O prazo para a apresentação de um ato normativo vai até o dia 15 de janeiro.

Dentre as sugestões, de acordo com o CNJ, estão a criação de varas regionalizadas, onde os magistrados atuem somente como juiz de garantias; a digitalização dos processos físicos; a instituição de um departamento para tramitação de inquéritos policiais nas sedes das circunscrições judiciárias; a realização de audiências, principalmente de custódia, por videoconferência e prorrogação do prazo de implementação foram algumas das sugestões apresentadas; e a defesa da autonomia dos tribunais de Justiça para organizar e regulamentar a implementação do instituto.

O juiz de garantias, incluído pelos parlamentares no pacote anticrime idealizado pelo ministro da Justiça Sergio Moro, é responsável pela legalidade da investigação criminal no estágio inicial, diferente do magistrado que dá a sentença ao processo. A medida, contestada desde a publicação da lei, criou uma espécie de atrito entre Moro, que já se manifestou contra o mecanismo, e o presidente Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira 2, porém, Bolsonaro afirmou que considera “difícil” a implantação da figura do juiz de garantias. “Eu acho difícil a implementação do juiz de garantia. O problema está lá com o Judiciário, está lá com o Legislativo e vai ser decidido. Vai levar anos para ser decidida essa questão aí. Anos”, afirmou Bolsonaro em sua transmissão semanal ao vivo em uma rede social.

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