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Cid Gomes é convocado por chamar deputados de ‘achacadores’

Ministro da Educação criticou diretamente o presidente da Casa, Eduardo Cunha, na sexta; até a base aliada de Dilma votou a favor da convocação

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 mar 2015, 20h09

A Câmara dos Deputados reagiu nesta quarta-feira à controversa declaração do ministro da Educação, Cid Gomes, que afirmou que a Casa “tem uns 400, 300 deputados achacadores” durante visita à Universidade Federal do Pará na última sexta-feira. Em resposta, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), retirou de pauta um projeto prioritário para a pasta, chamou Cid de “mal educado” e levou ao plenário um pedido de convocação para que ele se explique. O requerimento foi aprovado por 280 votos contra 102 e contou com o apoio inclusive da base aliada.

A fala de Cid Gomes foi acompanhada de críticas diretas a Eduardo Cunha: o ministro afirmou que “a direção da Câmara será um problema grave para o Brasil” e que todas as forças políticas que têm compromissos sociais se opuseram à eleição dele. “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”, disse o ministro da Educação.

O momento não poderia ser pior para um ministro da presidente Dilma Rousseff fazer tal declaração. Nas últimas semanas, o Parlamento impôs sucessivas derrotas ao governo e, com o apoio de descontentes da base aliada, ameaça derrubar projetos prioritários. Ao longo da semana a presidente Dilma procurou líderes governistas em busca de uma reaproximação. “Quero dizer que ele vai ter de vir aqui explicar quem são os achacadores do Congresso. O governo com uma pátria educadora não pode ter um ministro mal educado”, disse o presidente da Câmara, ao anunciar que colocaria em votação o pedido de convocação de Cid Gomes.

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Líder do governo, o deputado José Guimarães (PT-CE) classificou a fala de Cid como “infeliz”, fez um afago a Cunha dizendo que do ponto de vista do governo “não há nenhuma crítica de qualquer natureza” e, em busca de reverter a convocação para um convite, o que minimizaria a pressão política, afirmou que Gomes tem “toda a disposição” de comparecer ao Congresso no dia 19 para esclarecer a declaração.

A proposta, no entanto, foi recusada e o ministro da Educação foi convocado — e com o apoio da base aliada. “Nós não podemos dar a opção de vir ou não vir. O ministro agrediu o Congresso Nacional. Ele tem de vir aqui se explicar, defender-se”, disse o líder do PR, Maurício Quintella (PR-AL).

Projeto – Em outra retaliação, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu retirar de pauta um projeto prioritário para o Ministério da Educação: o que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes) e serve para supervisionar os cursos de ensino superior. A urgência da proposta foi aprovada em plenário nesta terça e, portanto, já poderia ser votada hoje. Cunha, no entanto, excluiu o projeto e avisou que só colocará em votação se a presidente Dilma Rousseff pedir urgência constitucional. Líder do PMDB e braço-direito de Cunha, Leonardo Picciani (RJ) avisou que a bancada vai obstruir o texto quando ele for levado ao plenário.

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