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Chefe do mensalão tem lugar de destaque em aniversário do PT

José Dirceu teve lugar na mesa principal da cerimônia, que teve a participação de Lula e Dilma. Outros protagonistas de escândalos também marcaram presença

Por Gabriel Castro
10 fev 2011, 21h35

Indiciado por comandar o maior esquema de corrupção da história do Brasil, o ex-ministro José Dirceu teve lugar de destaque na festa de 31 anos do PT, na noite desta quinta-feira. O evento, realizado em Brasília, reuniu cerca de 400 integrantes da legenda. Entre eles, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como ex-presidente da legenda, José Dirceu sentou-se à mesa principal da cerimônia. Ele foi a figura mais aplaudida depois de Lula e Dilma. O indiciado demonstrou sua influência no partido com pequenos gestos: os incontáveis abraços de aliados na entrada do Teatro dos Bancários, onde aconteceu a comemoração, a conversa a sós com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os diálogos ao pé de ouvido com aliados menos importantes, que surgiam a todo o momento.

Dirceu não poderia reclamar da falta de companhia: entre os presentes na cerimônia estavam outros indiciados no processo que investiga o Mensalão: o ex-deputado federal José Genoíno – que também teve lugar de honra – e o deputado federal João Paulo Cunha. O irmão de Genoíno, José Guimarães, é outro que marcou presença. O então deputado estadual foi alçado à fama em 2005, quando teve um assessor preso carregando dólares na cueca.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sentou-se ao lado de João Vaccari Neto, acusado de operar um desvio milionário na Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários do estado de São Paulo. Rui Falcão, envolvido na elaboração do dossiê contra o tucano José Serra nas últimas eleições, não faltou à festa de aniversário.

Mensalão – Se, em geral, a presença de figuras com esse retrospecto costuma causar mal estar, todos circularam à vontade na festa do PT. De quebra, ainda foram legitimados pela maior figura do partido. Luiz Inácio Lula da Silva foi reconduzido nesta quinta-feira ao cargo de presidente de honra da legenda. Num longo discurso, Lula quis provar o impossível: garantiu que o Mensalão simplesmente não existiu.

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“Não houve campanha mais infame contra um partido que a campanha feita contra o PT em 2005. E isso vai dar muito o que falar. Os estudiosos vão estudar muito e nós vamos saber o que ocorreu na ocasião”. Ele também resumiu o malabarismo ético utilizado na defesa de aliados que enfrentam problemas com a Justiça. “Na dúvida, nós temos de estar com o companheiro que tem um problema”.

Se Lula não sabe o que ocorreu em 2005, ele poderia perguntar a alguns aliados, que reconheceram a existência da “compra” de parlamentares pelo Executivo. Ou ao Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, cujo nome ele mesmo referendou. Ou ainda ao ministro Joaquim Barbosa, indicado por ele próprio para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Socialismo – No discurso de Lula, surgiu um PT que só teve acertos em três décadas de história e fez o melhor governo que o Brasil já teve. José Eduardo Dutra, presidente da legenda, seguiu o mesmo caminho; em meio a uma sequência de elogios ao partido, comemorou o fato de o Brasil ser “um país que caminha para a utopia em que todos nós acreditávamos e continuamos acreditando, que é uma sociedade socialista.”

Dilma Rousseff chegou no final da festa e não discursou: apenas ajudou a cortar o bolo preparado para marcar o aniversário. A presidente petista tirou fotos com correligionários e conversou com aliados, mas evitou a imprensa.

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