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Chapa Lula-Alckmin é ‘um grande ganho para todo mundo’, diz Freixo

Para o pré-candidato ao governo do Rio, o ex-tucano soma forças, abre portas para o petista e traz ‘tranquilidade’ ao empresariado na disputa pelo Planalto

Por Rafael Moraes Moura Atualizado em 18 dez 2021, 14h11 - Publicado em 18 dez 2021, 13h34

O deputado federal Marcelo Freixo trocou em junho deste ano o PSOL pelo PSB, sob o argumento de que os retrocessos provocados pelo presidente Jair Bolsonaro “impõem novos desafios à democracia e à atuação do campo progressista”. “É urgente a ampliação do diálogo e a construção de uma aliança com todas as forças políticas dispostas a somar esforços na luta contra o bolsonarismo”, afirmou Freixo na época. Pré-candidato ao governo do Rio, o parlamentar levou ao pé da letra o posicionamento defendido quando abandonou a antiga legenda – e é hoje, um dos grandes entusiastas da eventual chapa formada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. A aliança, no entanto, é criticada por setores da esquerda, como o PSOL, que a considera “descabida”.

“É uma decisão de maturidade. O Alckmin é uma pessoa muito séria, muito correta – mesmo quem foi adversário dele reconhece isso. Acho que a gente traz uma ideia de terceira via para dentro da primeira e ajuda numa perspectiva de governabilidade de um governo Lula, de um novo governo Lula que não será igual ao de 2002”, diz Freixo a VEJA, em referência à eleição na qual o petista saiu vitorioso, pela primeira vez, na corrida presidencial. Naquela época, Lula derrotou o tucano José Serra no segundo turno.

Para o deputado, o Brasil hoje é muito mais tenso e mais dividido do que o de vinte anos atrás, com as instituições agora sob alvos constantes do chefe do Executivo. “Então é muito importante duas pessoas que foram adversárias em tempos de democracia, no momento em que a democracia está ameaçada, estarem juntas, fortalecendo as instituições. Acho que é um grande ganho para todo mundo essa possibilidade do Alckmin como vice do Lula. Eu sou defensor disso dentro do PSB”, acrescenta.

Na avaliação de Freixo, o momento é de construir governos que sejam de pactuação, de amplo diálogo, que chamem todas as instituições “para uma responsabilidade grande de retomada de desenvolvimento”. “Nesse sentido, Alckmin do lado do Lula são os dois muito potentes. Você não pode pensar num desenvolvimento sem o empregador, sem um investidor, sem o setor econômico. E sem dúvida que o Alckmin abre essas portas e traz alguma tranquilidade para um determinado setor, o que eu acho que é muito importante nesse momento”, afirma.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo do Rio, o parlamentar diz que receberia Alckmin no seu palanque “com muito prazer”. Para Freixo, a construção de um novo Brasil passa por um novo Rio de Janeiro, que já viu cinco ex-governadores serem presos ao longo dos últimos anos – e um outro, Wilson Witzel, foi afastado do cargo e acabou tendo o mandato cassado após ser condenado em um processo de impeachment. O parlamentar está tentando costurar uma grande rede de apoios para 2022, querendo unir PSB, PT, PC do B, Rede, PV e PDT, além de conversar com setores religiosos e da polícia. “A gente precisa botar o Rio de Janeiro de pé. O Rio não pode ser um lugar governado por uma máfia”, diz Freixo, que presidiu a CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2008.

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