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Centrão volta a mirar o Ministério da Ciência e Tecnologia

Possível candidatura da ministra Luciana Santos anima parlamentares de olho em mais espaço na Esplanada

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jan 2024, 14h22

Após o presidente Lula negar, em conversas reservadas, a intenção de promover uma dança das cadeiras neste início de ano, parlamentares começaram a se debruçar sobre eventuais mudanças na Esplanada dos Ministérios em razão das eleições municipais.

Uma das possibilidades trabalhadas é a saída da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, para disputar a prefeitura de Olinda, em Pernambuco. A auxiliar palaciana já deu indicações de que pretende se candidatar, mas o martelo ainda não foi batido. Ela tem até junho para tomar a decisão e deixar o ministério — a regra eleitoral estabelece um prazo de quatro meses para a desincompatibilização.

De olho nessa possibilidade, parlamentares do Centrão já começam a fazer contas e a apontar para a necessidade de uma mudança partidária no comando da pasta. Luciana Santos é filiada ao PCdoB, partido com apenas sete deputados e nenhum senador. Por essa lógica, portanto, a legenda entrega poucos votos ao governo — caciques do grupo falam que o tamanho da pasta é “desproporcional” à relevância do partido.

Além disso, a sigla é uma aliada natural do presidente Lula, já que compõe a federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV.

O Ministério da Ciência e Tecnologia tem um orçamento de 9,1 bilhões de reais e é responsável, entre outras ações, por investir em políticas de transformação digital e espacial e financiar pesquisas. Em julho do ano passado, a pasta entrou no radar de deputados do PP e do Republicanos, que pleiteavam mais espaço no governo para aderir à base governista. Lula, porém, decidiu manter a ministra e mexer em outros postos do alto escalão.

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Ser ou não ser?

Aliados da ministra da Ciência e Tecnologia afirmam que ela ainda está avaliando se disputará ou não a prefeitura de Olinda. De acordo com um deputado do PCdoB, pesquisas internas mostram a ministra bem posicionada e, além disso, não haveria uma outra opção para assumir a disputa.

No entanto, qualquer definição só acontecerá após Luciana Santos conversar com o presidente Lula – representantes do PCdoB já fizeram chegar ao presidente que não gostariam de abrir mão da pasta em uma eventual candidatura da ministra.

Luciana Santos deve assumir neste ano a presidência da federação formada com o PT, o que também pode mudar os planos de Lula para a ministra.

Mulheres na Esplanada

Uma eventual saída de Santos, porém, acarretaria mais uma baixa na quantidade de mulheres no alto escalão. Na campanha, o presidente prometeu maior representatividade , e o governo teve início com onze mulheres na Esplanada, num total de 37 pastas.

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Duas delas, no entanto, acabaram perdendo o cargo em meio a articulações para pavimentar uma base no Congresso. Ana Moser foi demitida do Ministério do Esporte, que passou a ser ocupado por André Fufuca (PP), e Daniela Carneiro deixou o Turismo para ser substituída por Celso Sabino (União).

Outra baixa

As eleições municipais também podem gerar outra movimentação no governo Lula. O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, avalia disputar a prefeitura de Aracaju (SE), o que o forçaria a deixar a pasta.

Como mostra reportagem de VEJA desta edição, Macêdo passa por um desgaste após três assessores do ministério terem viajado a Aracaju, com despesas custeadas pela pasta, no fim do ano passado para participarem de uma tradicional festa de carnaval fora de época. Um deles era fotógrafo da Presidência da República, e captou imagens do ministro que foram postadas em suas redes sociais.

Macêdo confidenciou ter certeza de que foi alvo de fogo amigo de dentro do PT, após passar a reconsiderar a candidatura na disputa de outubro – pesquisas internas não o colocam numa posição tão favorável. A medida seria justamente uma maneira de provocar a saída dele da pasta.

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