O prefeito Carlos Eduardo Alves, 57 anos, foi reeleito neste domingo e ficará mais quatro anos à frente da administração de Natal. Com 97,94% das urnas apuradas, o candidato do PDT tem 220.674 votos, ou 63,36% do total, contra 13,39% do maior concorrente, Kelps Lima (SD). A vitória em primeiro turno marca o fim de uma eleição sem grandes reviravoltas. Em setembro, a última pesquisa Ibope já mostrava Alves como líder absoluto, com 66% das intenções de voto. O resultado cacifa Alves a disputar o governo do Rio Grande do Norte em 2018.
O pedetista assume a prefeitura de Natal pela quarta vez. Em 2002, Alves tornou-se prefeito após Wilma de Faria (PSB) deixar o cargo para disputar o governo do Estado. Candidatou-se e venceu dois anos depois. Em 2008, foi eleito novamente e reeleito em 2012. Em 2010, chegou lançou-se candidato a governador, mas acabou derrotado.
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A vitória de Alves se dá em um momento em que o eleitor natalense tende a se mostrar mais conservador diante do cenário de crise nacional, como avalia Antonio Spinelli, cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “O eleitor, nessas situações de desconfiança da classe política, tende a não arriscar e votar em que ele já conhece, então os outros candidatos não se conseguem se destacar”, afirmou.
Filho do ex-prefeito de Natal, Agnelo Alves (PDT), primo do ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), o prefeito reeleito tem o apoio de um grupo forte na política local que contribuiu para sua vitória neste domingo. Segundo Spinelli, o eleitor preferiu “não atirar no escuro” apostando em novos candidatos e, mais uma vez, optou por Alves.
Alves investiu em suas realizações ao longo da disputa eleitoral e destacou as mudanças na capital após assumir o governo Wilma de Faria em 2002. No entanto, o prefeito não usou a imagem de seu primo ao longo da campanha, o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, principal expoente da família, devido ao seu possível envolvimento com o petrolão. O ex-ministro foi citado em delação premiada como recebedor de propina e, após isso, pediu demissão do governo Temer em junho. O fato foi abordado diversas vezes por adversários ao longo dos debates eleitorais, mas ainda assim não abalou a predileção de Alves entre os natalenses.