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Brasil lembra mais ‘Walking Dead’, diz procurador da Lava Jato

Para Carlos Fernando Lima, política brasileira tem mais a ver com 'horda de mortos-vivos' do que com House of Cards, sobre os bastidores do poder nos EUA

Por Guilherme Venaglia
Atualizado em 21 Maio 2017, 16h58 - Publicado em 21 Maio 2017, 16h38
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  • Um dos procuradores mais conhecidos da Operação Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima tem usado o Facebook como canal para emitir suas opiniões a respeito da crise política, causada pela delação premiada do empresário Joesley Batista. São poemas com mensagens cifradas e pedidos para que os brasileiros “acreditem no trabalho” do Ministério Público Federal (MPF) e comparações com séries de televisão.

    Na visão do procurador, a situação brasileira deixou de se encaixar com House of Cards – série da Netflix que trata dos bastidores da política brasileira –, e passou a ser melhor representada por outro sucesso, The Walking Dead, série de zumbis da rede AMC. Segundo ele, assim como o programa de TV americano, a política brasileira é “onde hordas de mortos-vivos, apodrecidos de alma e corpo, passam entre nós, contaminando tudo que poderia ser bom com o vírus da imoralidade e da corrupção”.

    Ele acusou de “relativismo moral” àqueles que diminuem o peso das acusações contra o presidente Michel Temer, feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Nem também me digam que as gravações de Michel Temer não são estarrecedoras. Nenhum relativismo moral justificaria uma conversação onde são explicitadas as bases de tudo o que de errado, podre e vil a Operação Lava Jato tem tentado mostrar”, argumentou.

    Depois da brincadeira e da análise de conjuntura, o texto conclui com tons de oração: “Cumpramos a Constituição e nos livremos do mal. Amém”. Acostumado a publicar poemas e citar grandes pensadores em seu perfil, o procurador escolheu nos últimos dias, um poema do “boca do inferno”, Gregório de Matos, os sermões do padre jesuíta António Vieira e uma citação do pacifista americano Martin Luther King.

    Indiretamente, os escritos fazem referência à corrupção. O poema de Matos fala que “neste mundo é mais rico, o que mais rapa”. O sermão de Vieira, intitulado “A Cegueira da Governação”, trata dos males que os governantes veem e não resolvem. Já a menção a Luther King é para a célebre “Our lives begin to end the day we become silent about things that matter”, que, na tradução feita pelo procurador, foi publicada como: “Nossas vidas começam a terminar no dia que ficamos em silêncio sobre aquilo que realmente importa”, com o complemento “o Brasil importa”.

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    Leia o texto publicado pelo procurador Carlos Fernando do Santos Lima neste sábado:

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