O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, afirmou nesta segunda-feira, 3, que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, sofreu novas ameaças nos últimos dias, mas não deu detalhes sobre os supostos casos identificados pelo setor de inteligência do governo.
“Eu posso falar até quinze dias atrás. Até quinze dias atrás houve mais ameaças”, disse Etchegoyen ao ser questionado sobre o tema, esclarecendo que esteve fora nas últimas duas semanas e não saberia dizer de casos mais recentes.
Mais cedo, também nesta segunda-feira, Bolsonaro retuitou, em sua conta na rede social, dois posts com ameaças recolhidos pela conta “Ódio do Bem”, que o apoia. Em um deles, o autor escreveu “Matem o Bolsonaro”. Em outro, após uma usuária comentar que sua mãe estava no mesmo voo do presidente eleito, uma pessoa responde: “Mande ela dar uma facada para valer dessa vez”.
Diante das ameaças, o general sugeriu cautela na cerimônia de posse, em 1º de janeiro de 2019. De acordo com Etchegoyen, o planejamento para o dia ainda não foi fechado e não se decidiu se Bolsonaro vai desfilar em carro aberto.
“Nós temos um presidente que sofreu um atentado, que vem sofrendo agressões frequentes, basta ver nas mídias sociais, e a quem tem que ser dada a garantia, não só a ele, mas ao vice-presidente, das melhores condições de governo. Certamente a segurança exigirá cuidados mais intensos e precisos”, disse o ministro.
“A decisão será do presidente. Eu presidiria tudo com cautela. Neste momento, eu tenho que me atualizar, porque passei fora duas semanas, mas eu recomendaria que todas as medidas tomadas fossem presididas por cautela”, acrescentou Etchegoyen, ao ser questionado sobre os riscos.
Bolsonaro foi alvo de uma facada durante ato de campanha, no início de setembro, em Juiz de Fora (MG). Ele passou por duas cirurgias de emergência e ainda precisará ser operado mais uma vez, para retirar uma bolsa de colostomia, que usa desde o ataque.
Em novembro, Etchegoyen já havia afirmado que a segurança do presidente eleito será maior do que a de outros presidentes. “O esquema que está sendo preparado para receber um presidente que já sofreu um atentado será muito diferente e muito mais severo do que qualquer outro titular do Planalto já viu ou teve”, afirmou o general.
A segurança de Bolsonaro após a posse será chefiada pelo general Luiz Fernando Estorilho Baganha. Ele assumirá o cargo no lugar do general Nilton Moreno, que hoje está à frente da montagem da estrutura de proteção ao presidente eleito.
Atualmente, uma equipe de 55 homens da Polícia Federal se reveza na proteção ao presidente eleito. A informação é de que as ameaças partiram de diferentes fontes, inclusive de facções criminosas como PCC e Comando Vermelho. Ameaças interceptadas por escuta telefônica também estão sendo investigadas.
A segurança será ampliada não só por causa das ameaças, mas também devido à quantidade de pessoas a ser protegidas. Bolsonaro é casado e tem cinco filhos. Todos têm direito à segurança da Presidência. Serão montados escritórios no Rio de Janeiro para dar infraestrutura tanto à famíla de Bolsonaro quanto a de seu vice, general Hamilton Mourão, que tem casa na capital fluminense.
(com Reuters, Agência Brasil e Estadão Conteúdo)