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Bolsonaro queria uma chapa puro-sangue, mas terá vice da “velha política”

Um político do Nordeste, filiado a um partido do Centrão, deve ser o escolhido; os ministros Ciro Nogueira e Fábio Faria são cotados para a vaga

Por Daniel Pereira 4 dez 2021, 18h47

Jair Bolsonaro já avisou ao general Hamilton Mourão (PRTB) que não pretende reeditar a vitoriosa dobradinha de 2018 na próxima eleição. O sonho do presidente era escolher como novo companheiro de chapa alguém de sua estrita confiança, que não fosse político e não tivesse qualquer tipo de relacionamento com o Congresso. Em resumo: alguém que não pudesse conspirar no futuro para tirá-lo do poder.

Sensível a todo tipo de teoria da conspiração, Bolsonaro chegou no início do mandato a ser convencido por seu filho Carlos, o Zero Dois, de que Mourão trabalhava para derrubá-lo. Nunca foi revelada uma prova nesse sentido, mas o general acabou escanteado, e a semente da desconfiança foi devidamente cultivada. Antes de o Centrão aderir ao governo, o presidente pensou em alguns nomes, principalmente de empresários próximos a ele, para compor uma chapa puro-sangue. Ele abandonou a ideia depois de se tornar cada vez mais devedor do grupo de partidos que, na campanha de 2018, dizia representar a velha política e prometia combater.

Agora filiado ao PL e convertido ao pragmatismo, Bolsonaro deve escolher para vice um político que seja filiado a um partido do Centrão e represente o Nordeste, região que mais o rejeita. O PP desponta hoje como favorito para preencher a vaga. Um dos cotados é justamente o presidente do partido e ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, que por enquanto mantém o discurso de que pretende concorrer ao governo do Piauí. Nogueira, no entanto, não morre de amores pelas funções executivas, gosta mesmo é de articular nos bastidores e, por isso, o posto de vice se encaixaria à perfeição aos seus projetos pessoais. Um convite seria uma espécie de coroação ao trabalho dele, que negociou pessoalmente a adesão do Centrão ao governo.

Outro cogitado para o posto de vice é o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que deve trocar em breve o PSD pelo PP. Essa opção resolveria até um problema interno do governo, já que tanto Faria quanto o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que também se filiou ao PL, querem disputar o Senado pelo Rio Grande do Norte. Jovem, conciliador e com bom trânsito entre empresários, Faria enfrenta desde já uma série de ressalvas. Há dúvida, por exemplo, se ele será visto pelo eleitor como um representante legítimo do Nordeste porque, segundo alguns de seus colegas de governo, ele tem perfil de “paulista”. Genro do apresentador e empresário Sílvio Santos, dono do SBT,  o ministro passa boa parte do tempo em rodas paulistanas e brasilienses. 

Em busca da reeleição, Bolsonaro quer formar uma coligação com os três principais partidos do Centrão. O Republicanos, que tem menos peso no consórcio governista do que PL e PP, também sonha com a possibilidade de indicar o vice na chapa. O partido disputa o páreo como azarão, mas quer convencer o presidente a ter o direito da escolha lembrando de sua influência sobre o eleitorado evangélico, grupo no qual Bolsonaro perdeu aprovação, mas ainda tem mais intenção de voto do que o ex-presidente Lula.

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