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Bolsonaro é recebido por Trump na Casa Branca

Encontro marcará aliança de direita entre Brasil e Estados Unidos, com repercussão nas relações econômicas e na gestão da crise da Venezuela

Por Julia Braun, de Washington D.C.
Atualizado em 19 mar 2019, 14h08 - Publicado em 19 mar 2019, 13h03
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  • Donald Trump recebe Jair Bolsonaro na entrada da Casa Branca: aliança da direita radical no hemisfério - 19/03/2019 (Carlos Barria/Reuters)

    O presidente Jair Bolsonaro acaba de ser recebido pelo líder americano, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca. O governante brasileiro mudou o destino da sua primeira viagem como presidente, tradicionalmente para a Argentina, e escolheu os Estados Unidos, país com o qual pretende construir uma parceria profunda na área econômica e de segurança, e ainda alinhar-se na política externa.

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    A expectativa é de Trump elevar o Brasil à condição de “maior aliado dos Estados Unidos fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”, o que tornará o país apto ao acesso prioritário à tecnologia militar americana.

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    Bolsonaro deixou a Blair House, residência oficial para convidados, às 12h57 (em Brasília), em direção à Casa Branca. Um grupo de dez brasileiros o esperava na rua com câmeras e bandeiras do Brasil e, ao vê-lo sair, gritou: “Mito!” Para sua saída do presidente, os agentes do Serviço Secreto americano retiraram as pessoas da entrada Noroeste da Casa Branca e seus arredores.  Às 13h03, ele foi recebido por Trump na entrada com um aperto de mão.

    O programa da Casa Branca prevê 20 minutos de conversa entre os dois presidentes, 20 minutos para o almoço de trabalho e mais 30 minutos de declaração conjunta à imprensa, com direito de duas perguntas de jornalistas de cada país.

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    O americano tem especial interesse em atrair maior apoio do governo brasileiro a suas pressões contra o regime de Nicolás Maduro, da Venezuela. Encontrará em Bolsonaro razoável suporte, mas não total. A ala militar de seu governo resiste a aderir às aventuras militares americanas no país vizinho e ainda terá de ser convencida a mediar um diálogo com os comandantes venezuelanos, para que desistam de sustentar Maduro e passem a apoiar o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.

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    “Temos de resolver a questão da nossa Venezuela”, afirmou Bolsonaro na segunda-feira 18, em evento para empresários americanos e brasileiros em Washington. “Aquele povo tem de ser libertado e, para isso, precisamos do apoio dos Estados Unidos.”

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    O Brasil de Bolsonaro pretende concluir as negociações para a facilitação de trâmites aduaneiros com os Estados Unidos até o final do ano, engajar-se em conversas preliminares sobre um acordo de investimentos, tratar da possibilidade futura de discussão de um tratado de livre comércio entre Washington e o Mercosul e expandir as áreas de cooperação bilateral.

    De concreto, houve apenas a assinatura, na segunda-feira, do acordo de salvaguardas tecnológicas para o uso da base de Alcântara, no Maranhão. O acerto dará aos EUA acesso à base, que tem posição geográfica excelente para o lançamento de foguetes, e permitirá o ingresso do Brasil em um mercado que fatura 3 bilhões de dólares ao ano.

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    Em sua barganha, Bolsonaro se valerá do amplo interesse da China em investir no Brasil — tema que contraria o governo de Trump. O país oriental já ultrapassou os Estados Unidos e, hoje, é o principal destino das exportações brasileiras.

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    “Antes, estávamos pulando na perna esquerda, agora estamos pulando na perna direita. Merecemos um tratamento diferente”, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, no mesmo evento. ” “Nós vemos vocês negociando com os chineses, por que nós não podemos?”, completou.

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    O encontro entre Trump e Bolsonaro deverá marcar o início de uma aliança de direita entre Brasil-Estados Unidos, que também se estende a outros países do hemisfério. Colômbia, Chile, Argentina, entre outros, são governados por políticos de direita. Trump e Bolsonaro são os que pendem para posições mais radicais em suas políticas domésticas e na esfera internacional.

    Em sua primeira tentativa de alinhar a política externa brasileira à americana, Bolsonaro se viu diante de resistência em seu próprio gabinete a pelo menos três iniciativas: a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém e a retirada do Brasil do Acordo de Paris sobre Mudança Climática e também de vários organismos internacionais.

     

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