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Bolsonaro e Guedes citam risco de impeachment durante reunião ministerial

Vídeo mostra presidente afirmando que não irá 'meter o rabo no meio das pernas' se o STF quiser cassar o seu mandato 'baseado em filigranas'

Por Edoardo Ghirotto
22 Maio 2020, 19h46
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  • A possibilidade de Jair Bolsonaro ter o mandato interrompido por um impeachment permeou a reunião ministerial que foi divulgada em vídeo nesta sexta-feira, 22, por decisão do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, no inquérito que apura se o presidente tentou interferir na Polícia Federal. No encontro realizado no dia 22 de abril, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, trataram abertamente do medo que sentem de um processo de cassação ser aberto no Congresso.

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    Em tom ameaçador contra o STF, Bolsonaro atribui equivocadamente aos ministros da Corte a responsabilidade de abrir um processo de impeachment contra ele. Cabe, na verdade, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), autorizar a ação para cassar o mandato no Congresso.

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    No vídeo, Bolsonaro dá a entender que pretendia viajar pelo país e caminhar nas ruas em meio à pandemia do novo coronavírus. Ele faz uma crítica indireta ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que havia autorizado no início de abril, de forma monocrática, que estados e municípios adotassem ações próprias de combate à Covid-19.

    “Quando se fala em possível impeachment, ação no Supremo, baseado em filigranas. Eu vou em qualquer lugar do território nacional e ponto final. O dia que for proibido ir para qualquer lugar do Brasil, pelo Supremo, acabou o mandato. Espero que eles não decidam, ou ele, né? Monocraticamente, querer tomar certas medidas, porque daí nós vamos ter uma crise política de verdade. E eu não vou meter o rabo no meio das pernas”, diz Bolsonaro. “Porque se eu errar, se achar um dia [uma] ligação minha com empreiteiro, dinheiro na conta na Suíça, porrada sem problema nenhum. Vai para o impeachment, vai embora. Agora, com frescura, com babaquice, não.”

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    Bolsonaro alerta os ministros para que fiquem alertas em relação às narrativas políticas. Ele menciona o processo judicial que enfrentou para mostrar os resultados do seu exame para Covid-19. Todos os testes feitos pelo presidente deram negativo.

    “Paralelamente a isso tem aí a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] da vida, enchendo o saco do Supremo para abrir o processo de impeachment porque eu não apresentei meu exame de vírus, essas frescuradas todas, que todo mundo tem que estar ligado”, declarou.

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    Já Paulo Guedes se refere ao impeachment ao dizer que o governo deve aproveitar o momento da pandemia para levar adiante as reformas econômicas. Ele afirma ter derrubado duas “torres do inimigo” com a reforma da Previdência e a redução de juros. Na sequência, Guedes sugere que a administração terá fôlego para chegar ao final do mandato com o congelamento dos salários de servidores públicos.

    “Nós sabemos e é nessa confusão toda, todo mundo está achando que estão distraídos, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário. Era a terceira torre que nós pedimos para derrubar. Nós vamos derrubar agora também. Isso vai nos dar tranquilidade de ir até o final. Não tem jeito de fazer um impeachment se a gente tiver com as contas arrumadas, tudo em dia. Acabou. Não tem jeito. Não tem jeito”, disse.

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    Há mais de 30 pedidos de impeachment protocolados na Câmara à espera de um parecer de Rodrigo Maia. Por ora, ele não demonstra ter interesse em dar início a um processo de cassação. Segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha, 45% dos brasileiros são favoráveis à abertura do impeachment, contra 48% que rejeitam a iniciativa.

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