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Benefícios e riscos mútuos mantêm de pé a relação entre Lula e Lira

Os presidentes da República e da Câmara não são próximos, estão em campos políticos opostos, mas preservam uma parceria que rende frutos positivos aos dois

Por Daniel Pereira 20 abr 2024, 17h55

Os presidentes da República, Lula, e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não são próximos, estão em campos políticos diferentes e foram adversários na eleição de 2022, já que o deputado apoiou a fracassada tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro. Na campanha, o petista chegou a dizer que Lira agia como “imperador do Japão”, referindo-se à força que ele demonstrava no governo do capitão.

Como são pragmáticos e conhecem o poder de seus respectivos cargos, os dois resolverem estabelecer uma relação de parceria, que foi facilitada pelo apoio de Lula e do PT à recondução de Lira, em fevereiro de 2023, ao comando da Câmara. Desde então, aos trancos e barrancos, a parceria avançou e rendeu frutos a ambos os lados.

Mesmo com a esquerda em minoria no Congresso, o governo conseguiu aprovar a sua pauta prioritária. Já Lira, além de ganhar prestígio na elite financeira e empresarial ao capitanear a votação da agenda econômica, obteve para seu grupo político, o Centrão, o controle de verbas orçamentárias e de cargos. O deputado não levou tudo o que pediu, mas Lula foi obrigado a entregar mais do que queria.

Cabo de guerra

No início deste ano, Lula e Lira renovaram os votos. O presidente da República prometeu não trabalhar contra o nome escolhido pelo deputado para sucedê-lo na Câmara a partir de fevereiro de 2025. E Lira, em contrapartida, assumiu o compromisso de só apoiar quem não seja vetado por Lula. Um rompimento entre eles, portanto, seria o prenúncio de uma disputa que ambos querem evitar, por medo de saírem derrotados.

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Há outros pontos importantes em jogo. Quando deixar o comando da Câmara, Lira quer ser ministro, segundo seus aliados, ou, com ou sem cargo, preservar suas áreas de influência no governo, o que só será possível se não estiver rompido com Lula. Já o presidente depende do deputado para não correr riscos desnecessários na Câmara, onde a direita é maioria, e os bolsonaristas fazem o que podem para desgastar a gestão petista.

Foi para afastar ruídos que Lula ordenou que seus subordinados resolvessem o problema criado pela demissão de um primo de Lira da superintendência do Incra em Alagoas. O chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, conversaram pessoalmente com o deputado sobre o tema. Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, assegurou que caberá a Lira a nomeação do substituto do primo demitido.

A relação entre Lula e Lira é tensa desde sempre. Um não confia no outro. Paciência. Em razão de suas conveniências políticas e projetos pessoais, eles são praticamente obrigados a caminharem juntos.

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