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As saias justas dos palanques eletrônicos

Por Fernando Mello e Marina Dias
7 Maio 2010, 15h53

A campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, mas os pré-candidatos à presidência da República já enfrentaram várias situações embaraçosas na corrida pelo Planalto. José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) resolveram trocar os tradicionais palanques por aparições em programas populares de TV ou em rádios pelo interior do Brasil. Em entrevistas a humorísticos, depararam-se com perguntas constrangedoras – algumas vezes, eles até se saíram bem da saia justa.

O cientista político Alberto Carlos de Almeida defende que os candidatos se comportem como “pessoas normais” diante dos novos desafios, dançando conforme a música – o que, no atual ritmo eleitoral, pode levá-los a improvisar alguns passos de “rebolation”, a coreografia quebra-quadril do conjunto baiano Parangolé. Falta pouco para tanto: Serra e Marina já responderam perguntas cabeludas no programa CQC, da TV Bandeirantes. Dilma ainda não rebolou, mas já cantou alguns versinhos de El Dia que Me Quieras, famosa na voz de Carlos Gardel, para José Luiz Datena, da Band. Confira no infográfico a seguir:

A moda de se expor em programas populares deve mesmo pegar entre os presidenciáveis neste ano. Com a restrição legal aos chamados showmícios, os palanques tradicionais perderão força. De acordo com Almeida, a escolha pelos programas de rádio e TV é indicador de um novo tempo nas campanhas, e também sinal de que o palanque de rua envelheceu. “Seu alcance é de algumas milhares de pessoas apenas, enquanto rádios e TVs atingem milhões de eleitores”, diz.

José Eduardo Dutra, presidente do PT e coordenador-geral da campanha de Dilma, reconhece que a eficácia do “velho palanque” é cada vez menor em termos eleitorais. “Por isso, os candidatos se utilizam dos chamados palanques eletrônicos, muito mais efetivos para manter contato com a população e apresentar ideias de campanha.”

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Presidente do PSDB e coordenador-geral da campanha de Serra, o senador Sergio Guerra confirma que a estratégia tucana é privilegiar a inserção em rádios e TVs regionais. Assessores do ex-governador paulista mantêm contato com estações pequenas e médias, especialmente no Nordeste, na tentativa de encontrar um espaço na agenda do pré-candidato para as aparições. “Há temas nacionais vistos de maneira local e temas locais que devem ser vistos de maneira nacional”, explica.

Os coordenadores afirmam não temer as saias justas que surgem nas entrevistas. Para Dutra, sair-se bem ou não das situações embaraçosas depende apenas de “jogo de cintura”. “Se a brincadeira não for agressiva e o candidato se sair bem, haverá um efeito positivo, pois o eleitor verá um toque de humor no político. Mas existem também os casos em que ele pode ficar em uma situação ridícula: aí o efeito é completamente negativo.”

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