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As explicações da ex de Bolsonaro sobre a compra de mansão em Brasília

Candidata a deputada distrital, Ana Cristina Valle declarou ser sua uma mansão que dizia que alugava; o imóvel fica em um bairro de elite de Brasília

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 set 2022, 10h29

Segunda esposa do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, o Zero Quatro, a advogada e candidata a deputada distrital Ana Cristina Valle (PP-DF) procurou amigos nos últimos dias a fim de dar explicações sobre o motivo de ter declarado à Justiça Eleitoral como sua uma mansão avaliada em 3,2 milhões de reais em Brasília.

Conforme revelou VEJA em agosto do ano passado, Ana se mudou para um imóvel de 395 metros quadrados no bairro do Lago Sul, região nobre da capital, cujo aluguel está avaliado em cerca de 14.000 reais. Ex-funcionária do gabinete da deputada federal Celina Leão (PP-DF), ela ganhava até junho cerca de 8.100 reais como secretária parlamentar e pagava de aluguel pela mansão praticamente todo o seu salário – 8.000 reais. Enredada em um inquérito por suspeita de usar a casa para lavagem de dinheiro e de volta aos holofotes depois que o portal UOL revelou que a família Bolsonaro comprou 51 imóveis em dinheiro vivo, a ex de Bolsonaro apresentou uma versão um tanto inusitada a amigos.

A eles, Ana Cristina alegou que bancos recusaram lhe dar crédito suficiente para adquirir a mansão. Por isso, ela diz ter vendido imóveis que tinha no Rio de Janeiro e depositado diretamente na conta do corretor Geraldo Antonio Moreira Junior Machado, oficialmente o dono da mansão, cerca de 800.000 reais. O valor seria equivalente à entrada para a compra da casa, que seria financiado em um banco em nome de Geraldo. De fato, à Justiça Eleitoral, a advogada vincula o imóvel ao valor de 829.000 reais, o que, segundo a história contada a seus amigos, seria apenas a primeira parcela, e não o montante global da mansão. Na eleição de 2018, quando concorreu ao cargo de deputada federal, Ana declarou imóveis que hoje não estão mais em sua prestação de contas eleitoral, como um terreno no valor de 135.000 reais e um apartamento de 446.000.

Depois do pagamento do que seria a entrada da mansão, Ana Cristina relatou ter feito um contrato a termo, registrado em cartório, no qual se compromete a pagar prestações, como se fossem um aluguel, mas que na verdade seriam abatidas da cifra que ela deve ao dono da mansão. No contrato em cartório estaria, de acordo com interlocutores da advogada, a comprovação do pagamento da entrada da casa a Geraldo e as cláusulas segundo as quais ela arcaria com parcelas mensais para abater a dívida.

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Por essa lógica, se por qualquer motivo Ana Cristina não conseguir honrar os pagamentos, haveria uma espécie de encontro de contas: Geraldo calcularia o período em que ela morou na casa como se fosse um aluguel comum, de 8.000 reais, e abateria a cifra do valor global que recebeu dela referente à entrada e às prestações. Ato contínuo, a ex do presidente teria de deixar o imóvel.

Quem ouviu as explicações da advogada relatou que ela paga as parcelas com a soma do salário que recebia no gabinete de Celina Leão, do aluguel de um imóvel em Resende (RJ) e de rendas que o filho Jair Renan consegue amealhar de trabalhos nas redes sociais. Procurada, Ana Cristina Valle não retornou os contatos.

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