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Articulação ligada a FHC vê Marina como alternativa do ‘centro’

Avaliação é a de que o nome da ex-ministra é o menos contaminado pelo desgaste com a política e com os partidos tradicionais

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 16h55 - Publicado em 11 jun 2018, 08h57
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  • Lançado na semana passada com o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o movimento suprapartidário que busca viabilizar uma candidatura do chamado “centro democrático” avalia que Marina Silva (Rede) pode se consolidar como uma alternativa comprometida com as reformas estruturais.

    Líderes políticos que integram o grupo acreditam que as conversas devem se concentrar em três nomes: a ex-ministra do Meio Ambiente, o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, e Alvaro Dias, pré-candidato do Podemos.

    A preocupação é criar uma terceira via para enfrentar eventual polarização entre o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e um candidato que represente uma coalizão de esquerda. Parte dos signatários do manifesto “Por um Polo Democrático e Reformista”, lançado na semana passada, incentivou a entrada de um outsider na corrida presidencial.

    No caso, o apresentador Luciano Huck, que declinou do convite feito pelo PPS. Sobre Marina, a avaliação é que, além do bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto, a ex-senadora da Rede ainda é um nome menos contaminado pelo desgaste com os partidos e com a política tradicional.

    Na pesquisa do Datafolha divulgada neste domingo, 10, a ex-ministra se mantém em segundo lugar, com até 15% das intenções de voto, nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, preso e condenado pela Operação Lava Jato.

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    Bolsonaro lidera com 19% das preferências na ausência de Lula. Alckmin, que tenta unir o “centro” em torno de seu nome, alcança 7% das intenções de voto, em situação de empate técnico com o ex-ministro Ciro Gomes. O pré-candidato do PDT oscilou entre 10% e 11%. Já Alvaro Dias aparece com 4%.

    “Marina é uma candidata desse campo. O nome dela deve ser levado em consideração. Achamos no PPS que Alckmin é o melhor candidato, mas não podemos ir para a conversa impondo o nome dele. Temos de admitir que pode não ser”, disse o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Segundo Freire, em conversa recente, a mesma avaliação foi feita por Fernando Henrique. Ao jornal O Globo, FHC disse que “não convém” fechar portas para a ex-ministra.

    O grupo ainda acredita que Alckmin terá fôlego de “maratonista” e vai crescer quando a campanha começar de fato. O nome de Marina, porém, é visto como alternativa, especialmente em face da crise interna que afeta a pré-campanha tucana.

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    Estacionado nas pesquisas de intenção de voto, o ex-governador enfrenta a desconfiança de aliados e até de setores do próprio PSDB sobre suas chances e está sendo pressionado a adotar uma estratégia mais agressiva. A articulação do grupo ligado a FHC irritou o entorno de Alckmin.

    A leitura é que o movimento criou um clima ruim e “espantou” os dois principais alvos do partido nesse momento: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Alvaro Dias. Os tucanos marcaram um jantar com Maia na semana que vem para recompor a relação. “O objetivo é estarmos todos juntos no primeiro turno, mas com Geraldo na cabeça da chapa”, disse o deputado Nilson Leitão (MT), líder do PSDB na Câmara.

    Fernando Henrique se reuniu recentemente com a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) em São Paulo para falar sobre a necessidade de união do centro já no primeiro turno e demonstrou preocupação com a fragmentação desse campo político em muitas candidaturas.

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    Em conversas com aliados, o pré-candidato do Podemos tem dito que acredita em um afunilamento no primeiro turno para dois candidatos do centro: um liderado pelo PSDB e outro à margem dessa composição. “É difícil saber agora qual é o nome mais adequado para liderar essa convergência. É muito cedo para identificarmos. O ambiente está muito confuso”, afirmou Dias.

    Resistências

    Na Rede, há resistências a uma aproximação com o PSDB Marina já apontou falta de “identidade programática” entre as siglas e partidos do centro. Interlocutores avaliam que, do ponto de vista pragmático, uma aliança seria positiva, mas veem dificuldade em conciliar temas da economia e do meio ambiente.

    “Em hipótese alguma, Marina abriria mão de ser candidata e, dificilmente, abriria mão da independência da polarização entre PT e PSDB”, disse o coordenador da Rede, Bazileu Margarido. O “plano A “da pré-candidata é reavivar as alianças de 2014, principalmente o PSB, que tem 26 deputados na Câmara e também é cortejado pelo PT e pelo PDT.

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    O receio de uma polarização entre Bolsonaro e um candidato da esquerda e a percepção de que nenhum candidato mais identificado com as reformas estruturais tem chance de vitória ajudaram a estressar o mercado na semana passada. Na quinta-feira, o dólar registrou uma forte alta e chegou a 3,91 reais, enquanto a bolsa caiu 2.93%.

    Procurados, Marina e FHC não se pronunciaram.

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