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Após áudio de Queiroz, Bolsonaro diz que tinha liberdade com ex-assessor

Em viagem pelo Oriente Médio, presidente também disse ser "normal" demissão de funcionária suspeita de ser "fantasma"

Por Da Redação 28 out 2019, 08h39

Ao comentar o vazamento de áudios atribuídos à Fabrício Queiroz, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que até 2018 “tinha liberdade” para conversar com o ex-assessor de seu filho, o agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sobre diferentes assuntos. Segundo ele, tratar da demissão de funcionários dos gabinetes de seus parentes é “normal”. Bolsonaro falou sobre o assunto com jornalistas ao deixar os Emirados Árabes rumo ao Catar.

Em gravações divulgadas pelos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, Bolsonaro falou com Queiroz sobre a demissão de uma funcionária do gabinete de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), porque haviam suspeitas de que ela não trabalhava efetivamente no gabinete.

“Na época, o Jair falou para mim que ele ia exonerar a Cileide porque a reportagem estava indo direto lá na rua e para não vincular ela ao gabinete. Aí ele falou: ‘Vou ter que exonerar ela assim mesmo’. Ele exonerou e depois não arrumou nada para ela não? Ela continua na casa em Bento Ribeiro?”, diz o ex-assessor no áudio, gravado em março deste ano.

Segundo Bolsonaro, Cileide Barbosa Mendes não era uma funcionária fantasma e a sua demissão “não tem nada para espantar”. “Até estourar o problema eu tinha liberdade com o Queiroz, conversava com ele algumas coisas. No ano passado, se for ver, no meu gabinete eu mandei embora cinco, seis pessoas. Eu passava praticamente de segunda a sábado fora de casa, comecei a não ter o controle de quem estava no Rio. Exatamente para evitar problema essas pessoas foram demitidas”, disse Bolsonaro nesta segunda.

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Sobre a situação de Cileide, o presidente disse que ela sabia que não poderia continuar contratada caso ele fosse eleito presidente da República e Flávio Bolsonaro fosse para Brasília. Em seguida, no entanto, ele lembrou que Cileide era funcionária no gabinete de Carlos Bolsonaro, que continua no Rio. Jair Bolsonaro destacou mais de uma vez que a ex-funcionária mora em uma propriedade registrada em seu nome, embaixo do local onde funcionava o seu escritório de apoio.

“Essa específica, a Cileide, ela se formou em enfermagem tem dois anos aproximadamente, fez uma especialização, e ela sabia que não ia continuar conosco porque eu não sendo eleito, o Flávio não eleito (no Rio), (ela) não viria para Brasília. Se bem que ela estava no gabinete do Carlos. Mas é uma mudança normal isso aí, não tem nada para espantar”, disse. “O pessoal quer pegar fantasma e rachadinha. Ela (Cileide) sempre morou ali, a casa é minha, está em meu nome, ela mora ali embaixo”, afirmou Bolsonaro.

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Desaparecido após passar como um cometa pela seara de escândalos nacionais, Queiroz teve seu paradeiro revelado pela revista VEJA. reportagem mostra que ele hoje vive no Morumbi, em São Paulo, e frequenta o hospital Albert Einstein para tratar um câncer de intestino — que se agravou. Mesmo com o ex-assessor fora dos holofotes, sua situação sempre foi tratada com prioridade na família Bolsonaro. Embora tenha se afastado dele publicamente, o presidente traçou estratégias no campo jurídico e político para as suspeitas não prejudicarem seu mandato.

Suspeito de ser o operador do esquema conhecido como “rachadinha”, Queiroz trabalhou no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) quando ele era deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) de 2007 a 2018. Ao longo de 2016, o ex-assessor movimentou 1,2 milhão de reais em sua conta bancária, com uma série de saques e depósitos fracionados considerados atípicos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)

O senador foi alvo de um procedimento aberto pela Promotoria estadual no ano passado, com base em relatórios Coaf. Mas uma decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, suspendeu todas as investigações a respeito de Flávio e Queiroz baseadas no compartilhamento de dados bancários e fiscais com o Ministério Público sem autorização do Poder Judiciário.

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(com Estadão Conteúdo)

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