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Ao reagirem a Haddad candidato, adversários citam Dilma e seu governo

Ciro e Marina comparam indicação do ex-prefeito por Lula à da ex-presidente como 'poste'; Geraldo fala em ‘explicação’ sobre 13 milhões de desempregados

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 set 2018, 20h23 - Publicado em 12 set 2018, 18h18
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  • Após a substituição do ex-presidente Lula por Fernando Haddad como candidato do PT à Presidência da República, nesta terça-feira, 11, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), três dos principais adversários do petista na disputa pelo Palácio do Planalto, mostraram nesta quarta-feira, 12, em entrevistas, como buscarão um lugar no segundo turno diante da entrada do ex-prefeito de São Paulo na corrida presidencial.

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    As pesquisas eleitorais Datafolha e Ibope divulgadas nos últimos dois dias mostram Haddad com 9% e 8% das intenções de voto, respectivamente, empatado em segundo lugar dentro da margem de erro de dois pontos porcentuais com Ciro (13% e 11%), Marina (11% e 9%) e Alckmin (10% e 9%). Jair Bolsonaro (PSL) lidera em ambos levantamentos, com 22% no Datafolha e 26% no Ibope.

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    Rivais de Fernando Haddad na disputa pelo voto de esquerda e o espólio eleitoral de Lula, Ciro Gomes e Marina Silva compararam a indicação do ex-prefeito paulistano como candidato à da ex-presidente Dilma Rousseff, escolhida por Lula como sua sucessora em 2010 e deposta por um processo de impeachment em 2016, em meio a uma crise política agravada por escândalos investigados na Operação Lava Jato e à mais grave recessão econômica já enfrentada pelo país.

    Em sabatina do jornal O Globo, Ciro declarou que “o Brasil não precisa de um presidente por procuração” e que o país “não aguenta outra Dilma, nesse sentido de uma pessoa assumir só porque é indicada pelo Lula”. Em busca do eleitorado lulista, sobretudo no Nordeste, por outro lado, o pedetista manteve a estratégia de não criticar diretamente o ex-presidente, de quem se disse “amigo há 30 anos”, ex-ministro e aliado “ao longo de 16 anos, não faltei nenhum dia”.

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    Ele ponderou que sua maior crítica ao PT é ter “manipulado” a lembrança positiva de parte da população em relação ao governo de Lula, mesmo sabendo que ele não seria candidato, para transferir votos ao seu substituto nas urnas. “Minha crítica é a essa dinâmica de, aproveitando a generosa gratidão que parte importante do povo tem pela obra do Lula, de repente você agora nomear uma pessoa. A gente já viu esse filme”, afirmou.

    Ao citar especificamente Fernando Haddad, Ciro Gomes disse que o adversário “não conhece o Brasil, não tem experiência”. “Até ele saber onde fica a cabeça do cachorro, o Vale do Jequitinhonha, Mucuri, o Vale do Ribeira, o Alto Solimões… Aí fica difícil”, ironizou. Nesta semana, o pedetista já havia declarado que, na eleição municipal de São Paulo, em 2016, Haddad teve menos votos que a soma de votos brancos e nulos no pleito e perdeu no primeiro turno para o tucano João Doria.

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    Entrevistada por uma rádio de Belo Horizonte, também nesta quarta, Marina Silva afirmou que a indicação de Fernando Haddad “é muito semelhante” ao processo que fez de Dilma Rousseff o “poste” de Lula em 2010. “Aliás, tem um problema, a campanha do PT resgata apenas o governo Lula que deu certo. Depois do mensalão, começou por um processo de perda de ganhos que tinham acontecido inicialmente. É como se apagassem da história o governo Dilma-Temer”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula.

    “A população não pode deixar de pedir uma prestação de contas sobre uma eleição que levou o Brasil ao fundo do poço. Se continuar fazendo um voto em cima apenas de quem é indicado, nós vamos para um poço sem fundo”, criticou.

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    Em agenda de campanha na capital mineira, Marina afirmou que Haddad deve explicar por que o governo Dilma “acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito e aumentou as coisas erradas que fez, sobretudo no caso da corrupção”. Ela citou os cerca de 13 milhões de desempregados entre as questões a serem cobradas do petista.

    Geraldo Alckmin, candidato pelo partido que polarizou com o PT o segundo turno das eleições presidenciais desde 2002, também citou a crise legada pelo governo Dilma para indicar pontos que devem ser “explicados” por Fernando Haddad. “Agora ele vai ter que se apresentar como candidato e explicar os 13 milhões de desempregados, fora outro tanto no desalento e no subemprego. Tem que explicar, porque isso não começou hoje. Isso é herança do período do PT”, disse Alckmin.

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    Contando que Haddad estará no segundo turno, o tucano também tentou se apresentar ao eleitor antipetista como a opção mais viável para evitar, na parte decisiva da eleição, a volta do partido de Lula ao Palácio do Planalto. Em visita a uma fábrica de revestimentos automotivos em Betim (MG), Alckmin declarou que “Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT”.

    “É só olhar o segundo turno. Eu acho que [Bolsonaro] não vai [ao segundo turno], mas, se for, é um perigo, porque é um passaporte pra voltar o PT. Você vota em um e elege o outro, isso é um fato”, declarou.

    A avaliação do ex-governador de São Paulo sobre o desempenho de Jair Bolsonaro no segundo turno leva em conta a pesquisa Datafolha divulgada na última segunda-feira, 10. Em um cenário que opõe Haddad e Bolsonaro, o ex-prefeito tem 39% e o deputado federal, 38%, um empate técnico dentro da margem de erro. Quando o adversário do petista é Alckmin, o tucano vence por 43% a 29%.

    Na porção propriamente antipetista de seu discurso, o tucano disse que “é inacreditável você lançar uma candidatura na porta da penitenciária”, em referência à oficialização de Haddad como candidato, em Curitiba, em frente à Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso desde abril.

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