Geraldo Alckmin (PSB-SP) disse a aliados de sua confiança que tem o desejo de permanecer ao lado do presidente Lula caso ele dispute a reeleição em 2026. A permanência do vice na chapa começou a ser questionada por alguns assessores do petista, que estudam abrir mais espaço a um partido de perfil mais ao centro. Como mostra reportagem de VEJA que chega neste fim de semana às bancas e plataformas digitais, legendas como o MDB e PSD já até manifestam interesse em ocupar a vaga.
No cenário de concorrência com outros partidos para compor a eventual chapa à reeleição, Alckmin teria o apoio de Lula para disputar o Senado e, em caso de reeleição do presidente, seria convidado, como contrapartida, a assumir um ministério. Difícil será convencer o PSB a abrir mão do posto. “Não vejo Alckmin com interesse nisso. Ele ampliou bastante o universo político dele. Não cogita voltar. Também não vejo sinal de que Lula queira mudar. O presidente é do tipo de pessoa que pensa que ‘em time que está ganhando não se mexe'”, diz Silvio Torres, assessor especial da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), um antigo aliado do vice-presidente.
Alckmin abriu mão do status eleitoral que tinha em São Paulo para ajudar Lula a se eleger. Afastá-lo agora, segundo parlamentares socialistas, não seria justo e muito menos inteligente. “A hipótese de Alckmin se candidatar a qualquer outro cargo que não seja o que ele está hoje é zero. Ele perdeu aquela força que ele tinha em São Paulo. O eleitorado dele era o eleitorado contra Lula e o PT”, afirmou o deputado federal Jonas Donizete (PSB).
Os candidatos interessados
No MDB, alguns nomes já estão sendo aventados para substituir o vice-presidente em 2026. O governador do Pará, Helder Barbalho, e o ministro dos Transportes, Renan Filho, não escondem a intenção em compor a chapa com Lula. A ministra do Planejamento Simone Tebet também aparece como opção para a disputa.
Do lado do PSD, os candidatos são o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Ao contrário de Alckmin – filiado a um partido médio e detentor de apenas 4,7% dos votos na última eleição que disputou como cabeça de chapa, em 2018, ambos teriam mais a agregar à composição petista, avaliam interlocutores dos aspirantes a vice de Lula. Silveira é de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Já Fávaro tem bom trânsito entre os representantes do agronegócio, setor em que o PT enfrenta forte resistência.