AGU nega indícios de irregularidades contra Adams

Em resposta a um pedido de explicações da Comissão de Ética Pública da Presidência, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou na noite desta segunda-feira que a sindicância que investigou a conduta de Luís Inácio Adams não encontrou indícios contra o ministro. Em nota, o órgão afirmou que enviou ainda na tarde desta segunda-feira documentos da sindicância à Comissão de Ética. Pela manhã, a comissão havia cobrado explicações formais de Adams e ao corregedor do órgão, Ademar Passos Veiga, sobre suspeitas de blindagem interna após o estouro da Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

“O material apresenta os fundamentos jurídicos da Corregedoria, que afastam qualquer irregularidade do Advogado-Geral da União no caso. Conclusões semelhantes às da Polícia Federal, que em nenhum momento encontrou indícios contra o AGU”, diz a nota do órgão. A AGU afirma ainda que esses documentos já haviam sido enviados há cerca de dez dias à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal, à Controladoria-Geral da União, à Presidência da República e à 5ª Vara Federal do Distrito Federal.

A operação Porto Seguro desmontou uma quadrilha especializada em negociar pareceres técnicos de órgãos federais para beneficiar empresários. Um dos suspeitos de integrar o esquema criminoso é o número dois da AGU, José Weber Holanda, braço-direito de Adams. Depois da descoberta do envolvimento de servidores da AGU no esquema de fraudes foi aberta uma sindicância interna do órgão para investigar os suspeitos. Um relatório que apontou “evidentes indícios” de irregularidades contra Adams chegou a ser produzido, mas, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada no sábado, a investigação foi arquivada pela Corregedoria da AGU.