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Agora, PR diz que não quer cargos no governo

Líder do partido no Senado, Blairo Maggi afirma que a sigla não aceitará conversar com governo sobre o tema. Pelo menos por enquanto

Por Gabriel Castro e Luciana Marques
15 mar 2012, 12h30
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  • “Dilma quer ‘João’ e eles dizem que só pode ser ‘Maria’, não dá para ser assim”, rebate o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro

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    Ainda ressentida com o governo, a bancada do PR do Senado não deve aceitar possíveis ofertas de cargos por parte do Planalto. O líder do partido no Senado, Blairo Maggi (MT) diz que a sigla já não quer negociar a ocupação de espaços no Executivo: “Nós não vamos discutir cargos neste momento”, disse o senador nesta quinta-feira. Ainda segundo ele, o governo não voltou a procurar os representantes do partido desde o anúncio do rompimento. Os sete parlamentares do PR no Senado saíram da base aliada com o governo nesta quarta. Eles querem que a legenda seja reconduzida ao Ministério dos Transportes, de onde o partido saiu quando Alfredo Nascimento foi demitido, em julho do ano passado.

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    Apesar de ter anunciado a adoção de uma postura de oposição, o partido não vai se alinhar automaticamente com DEM e PSDB nas votações da Casa. Segundo Blairo, a mudança de atitude do PR será percebida mais nas comissões temáticas do que no plenário. A posição do PR será a de complicar a vida do governo em temas pontuais, sempre de forma orquestrada. As comissões são importantes porque lá se votam requerimentos de convocação de ministros, tema sensível ao governo, e porque são a instância onde há mais espaços para manobras protelatórias na avaliação de projetos.

    O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), acredita que o PR não rompeu definitivamente com o governo. Ele diz que tentará interceder para satisfazer os desejos do partido de Blairo Maggi, mas exige que os representantes da sigla moderem o tom: “Eu não posso manter uma negociação com o governo enquanto o PR não rever essa posição”, afirmou, nesta quinta. O líder deve ter uma reunião com Maggi ainda hoje. E também se dispôs a conversar com seu adversário político no Amazonas, o presidente do PR, Alfredo Nascimento.

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    Planalto – Na noite de quarta, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, se reuniram para avaliar os efeitos da saída do PR da base aliada. Na ocasião, eles avaliaram que o PR está aproveitando o momento “quente” de troca de líderes do governo para colocar ainda mais lenha na fogueira. “É lícito que o governo queira negociar politicamente e não com a faca no pescoço”, disse o senador Walter Pinheiro.

    O senador avalia que questões locais não podem contaminar as negociações com o governo. “A presidente não vai nomear ministro para resolver problema do Amazonas ou de São Paulo”, disse Pinheiro. Um dos nomes sugeridos pelo PR ao Planalto para ocupar o Ministério dos Transportes foi o do presidente do diretório da legenda em São Paulo, vereador Antônio Carlos. A ideia era garantir o apoio do partido para a candidatura de Fernando Haddad. A presidente Dilma, no entanto, já mandou o recado: não pretende misturar problemas eleitorais com indicações para cargos na Esplanada dos Ministérios.

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    Também foram sugeridos os nomes dos deputados federais Luciano Castro (PR-RR), Milton Monti (PR-SP) e Wellington Fagundes (PR-MT). Este último é afilhado político de Maggi. Os nomes foram entregues à ministra Ideli e riscados um a um pela presidente Dilma Rousseff. “Dilma quer João e eles dizem que só pode ser Maria, não dá para ser assim”, afirmou Pinheiro. O “João” era o senador Blairo Maggi, que ontem soltou o verbo contra o governo no plenário do Senado.

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    Adiamento – Em meio ao clima instável na base aliada, a Comissão de Infraestrutura do Senado adiou, nesta quinta-feira, a votação do nome de Mário Rodrigues Júnior para a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O requerimento foi retirado a pedido do senador Pinheiro.

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    O recuo do governo nessa votação tem duas explicações: a primeira é o medo de que o fogo amigo derrube a indicação de mais um diretor da ANTT. Na semana passada, o plenário do Senado rejeitou a recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo. A segunda explicação é a possibilidade de um remanejamento para agradar o PR. A ida de Paulo Passos, atual ministro dos Transportes, para a ANTT deixaria livre o posto cobiçado pelo partido. O arranjo chegou a ser defendido por integrantes da sigla nos últimos dias.

    Enquanto isso, a bancada do PR na Câmara continuará “independente”, como se autodeclara. Na próxima terça-feira, os deputados do partido devem se reunir para avaliar a mudança de posição dos colegas do Senado.”O governo tem agido com aliados de forma diferente que age com o PR”, reclamou o deputado Luciano Castro (RR).

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