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Agência desiste de palestra de Moro após pagar R$ 300 mil: “seria fiasco”

Empresa de Salvador perdeu o interesse nas apresentações depois de ex-juiz deixar a disputa pela Presidência da República e se lançar ao Senado pelo Paraná

Por Ricardo Chapola
5 set 2022, 15h51

Candidato ao Senado pelo Paraná, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil – Paraná), já confidenciou a amigos que tem um grande objetivo na carreira: tornar-se palestrante. A intenção é se dedicar à atividade, independentemente de qual seja seu futuro na política. Vença ou não as eleições deste ano, Moro quer explorar nas apresentações as experiências que teve ao longo da carreira, tanto na Lava-Jato, quando era responsável pelos processos em primeira instância, quanto na vida pública. A empreitada no mundo das palestras, no entanto, apresentou recentemente os primeiros percalços.

VEJA teve acesso a um dos contratos assinados pelo ex-magistrado na condição de palestrante. O acordo foi celebrado em novembro de 2021 entre a agência Zum Brasil e a Delos Produções Culturais, que administra a carreira do ex-juiz. O contrato, avaliado em 300.000 reais, previa seis palestras a serem ministradas em fevereiro, abril e junho de 2022 em São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. Outras três seriam agendadas para o ano que vem.

Moro despertou interesse da Zum Brasil Eventos no momento em que passou a ser cotado como candidato à Presidência. Depois de ter deixado o Podemos e se lançar não mais ao Palácio do Planalto, mas a uma vaga ao Senado pelo Paraná, o apelo não era mais o mesmo, e a empresa decidiu rescindir o contrato das palestras. “Uma vez que Moro desistiu de ser candidato a presidente, falamos que não tínhamos mais interesse nas palestras. Achamos que ele não era mais uma figura relevante para a gente fazer os eventos da forma como tínhamos pensado”, afirmou a VEJA Sandra Zamaroni, presidente da Zum Brasil Eventos.

O contrato incluía cláusulas que impunham a obrigação de a Zum Brasil pagar 300.000 reais a Moro em caso de cancelamento do acordo, mas, sufocada pelos impactos financeiros da pandemia, a executiva contou que procurou negociar os termos da rescisão. Resultado: a empresa que representava Moro topou devolver apenas 100.000 reais. “Ele se deu bem e eu me dei mal. Saímos de uma pandemia e precisávamos de novos projetos. Na época, achávamos que levar o Moro seria um furo, já que era presidenciável. Agora seria um fiasco”, afirmou.

Em nota, a assessoria de imprensa de Moro disse que o ex-juiz não embolsou os valores que a Zum Brasil pagou pelas palestras. “Desde que ingressei no setor privado, tenho ministrado palestras pagas e utilizado a Delos Produções na intermediação, nada havendo de irregular, com preço de mercado e tudo declarado. A Zum, em particular, após a contratação, preferiu deixar a realização das palestras para depois do período eleitoral, sendo objeto de repactuação. Eu, em particular, combinei com a Delos que só receberia os meus honorários quando da realização das palestras, então ainda não recebi nada”, afirmou.

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