Apesar de dizer que aguarda uma definição do próprio Aécio Neves (PSDB) sobre se uma eventual candidatura à reeleição ao Senado, o também senador Antonio Anastasia, pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2018, diz que a palavra final não deve ser exclusiva do colega. “Ele (Aécio) vai ouvir os companheiros na hora de tomar a decisão. Não tomará uma decisão isolada”.
“Nesse momento, ele próprio pondera sobre as dificuldades que teria em uma candidatura majoritária, do sim e do não. Mas temos que respeitar a decisão que ele tomar”, afirmou.
Anastasia, que não esconde de ninguém que não pretendia voltar ao governo neste momento (ele comandou o estado entre 2010, quando sucedeu Aécio, e 2014, quando saiu para disputar o Senado), diz que tem “carta branca” para montar a chapa e deixou claro que o segundo colocado das últimas eleições presidenciais não tem muito tempo para se decidir. “Ele vai tomar essa decisão, e não deve demorar muito, sobre ser candidato ou não. E, se for, para qual cargo. Os prazos estão afunilando”, argumentou.
Questionado se acredita que Aécio Neves venceria – mesmo com o peso do escândalo da JBS, quando uma gravação justificou que fosse acusado de pedir 2 milhões de reais para o empresário Joesley Batista –, o pré-candidato foi evasivo. “As pesquisas o colocam com uma votação positiva, mas em uma eleição a gente nunca sabe. Nem sei quem são os candidatos ao Senado”.
Dilma
Relator do processo de impeachment no Senado em 2016, o senador Antonio Anastasia se vê às voltas com uma possibilidade curiosa. Seu principal adversário é o atual governador, Fernando Pimentel (PT), que pretende disputar a reeleição. No entanto, a atual situação, de fragilidade política de Pimentel, já fez com que o PT cogite lançar a ex-presidente Dilma Rousseff, cassada graças ao relatório do tucano, como candidata ao governo – ela transferiu seu título eleitoral de Porto Alegre para Belo Horizonte neste ano.
A princípio, Dilma deve concorrer ao Senado, mas a possibilidade de tê-la como adversária já leva Anastasia ao ataque. Ele lembra que a ex-presidente, apesar de ter nascido em Minas, não vive no estado há muitas décadas. “Lembro muito na eleição para governador de Minas de 2014, o nosso candidato [do PSDB], o Pimenta da Veiga, foi muito acusado pelo PT com o argumento de que estaria ausente de Minas Gerais há oito ou dez anos. Ela [Dilma] está ausente há 40 anos. Não sei como o povo vai encarar isso”.
(Com Estadão Conteúdo)