O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) permissão para manter contato com a irmã, a jornalista Andrea Neves, que foi libertada na semana passada por decisão da primeira turma da Corte.
Entre as medidas cautelares estabelecidas em substituição à prisão preventiva em regime fechado, Andrea foi posta em prisão domiciliar, mas proibida de entrar em contato com qualquer um dos outros investigados no processo, incluindo Aécio.
“A proibição de irmãos se comunicarem, especialmente no atual estágio do feito – já foi oferecida denúncia, inexistindo qualquer risco às investigações –, além de não se mostrar mais necessária, termina por violar direito natural do contato familiar, implicando em ofensa à própria dignidade da pessoa humana, princípio matriz da Constituição Federal”, escreveram os advogados do senador mineiro na petição protocolada na noite de terça-feira.
Também são investigados no mesmo processo o primo do senador, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Todos foram denunciados sob a acusação de corrupção passiva, em decorrência da delação premiada de executivos da empresa JBS.
A irmã do tucano foi presa em 18 de maio, durante a Operação Patmos. Ela foi acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter solicitado a Joesley Batista, um dos controladores da empresa, a quantia de dois milhões de reais em propina, pedido que teria sido reiterado em uma divulgada gravação de Aécio e do empresário. A defesa nega as acusações.
Além dessa primeira solicitação, outros 40 milhões de reais, segundo a denúncia, teriam sido requisitados de Joesley. A defesa de Andrea Neves alega que os únicos valores que discutiu com o sócio da JBS foram os relativos a um apartamento da família no Rio de Janeiro que pretendia vender, com a finalidade de arcar com os custos de advogados.
(Com Agência Brasil)