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Aécio cobra explicações de Cardozo: ‘Houve um atentado à democracia’

Reportagem publicada em primeira mão em VEJA.com mostra que Cardozo admitiu ter entregado à PF texto atribuído a ex-diretor da Siemens que acusa quatro secretários tucanos de ligação com o cartel do metrô

Por Da Redação
23 nov 2013, 12h52

O senador mineiro Aécio Neves (PSDB), provável candidato tucano à Presidência da República, afirmou neste sábado que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, precisa esclarecer sua participação no envio de um documento contendo denúncias contra tucanos à Polícia Federal. Cardozo admitiu nesta sexta-feira a VEJA, por meio de sua assessoria, que foi ele quem repassou à PF o depoimento atribuído a um ex-executivo da Siemens que acusa a cúpula do PSDB em São Paulo de envolvimento com o cartel que operava em licitações de trens e metrô no estado. A informação, publicada em primeira mão em VEJA.com, enterrou a versão da PF, subordinada ao Ministério da Justiça, que até então atribuía a origem do documento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.

Pela manhã, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, disse que vai requerer uma audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle para esclarecer o envolvimento de Cardozo e do presidente do Cade, Vinícius Carvalho, no caso. No site do PSDB paulista, Sampaio critica a participação do ministro no episódio e a classifica como “inaceitável”. “Ao admitir que encaminhou o documento à Polícia Federal, o ministro demonstra claramente que integrou essa trama vergonhosa e sórdida com o uso de órgãos do governo federal para perseguir e atacar adversários políticos”, afirmou. “Há em curso uma ação ordenada que, para mim, tem dois objetivos claros: minimizar o impacto da prisão dos mensaleiros e jogar gasolina na fogueira contra o PSDB em São Paulo.”

Já Aécio, em participação na convenção do PPS, partido aliado do PSDB, disse que sua legenda defende que “qualquer denúncia seja apurada com rigor”, independente de qual partido pertença o denunciado. Mas ressalvou que não “pode haver precipitações, pré-julgamentos e muito menos a utilização da estrutura do Estado para um projeto político”. Para Aécio, houve “um atentado contra a democracia”. “Isso é extremamente grave, o que temos percebido no Brasil é a utilização das instituições de estado para um projeto político. É extremamente grave, jamais aconteceu antes”, disse Aécio a jornalistas. “O ministro precisa esclarecer de forma clara qual foi sua participação neste processo já que ele é o comandante da própria Polícia Federal”.

Aécio também disse que houve omissão de Carvalho. Antigo militante petista, Carvalho trabalhou como chefe de gabinete de Simão Pedro na Assembleia Legislativa paulista e omitiu essa relação em cinco currículos oficiais – inclusive em material entregue aos senadores que aprovaram sua indicação ao cargo. O Cade nega ter enviado as denúncias do ex-executivo da Siemens à Polícia Federal. “O PSDB está atento para cobrar explicações seja do ministro, seja do presidente do Cade, ou de qualquer pessoa que utilize a estrutura do Estado”, disse Aécio.

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Câmara – Sampaio diz que Cardozo foi o destinatário da denúncia, a qual qualifica como “forjada”, porque o ex-diretor da Siemens pediu um emprego na Vale. “Nem o Cade, a Polícia Federal ou Ministério Público teriam condições de fazer essa indicação (para o cargo). Isso leva a crer que o denunciante foi até ao ministro porque sabia que, para ser atendido, teria de procurar o partido ou alguém do governo”, disse. Cardozo afirma que repassou o documento à PF “no estrito cumprimento do dever legal, para as devidas investigações”.

Um documento revelado nesta semana pelo jornal O Estado de S. Paulo apontou a suposta participação de políticos graduados de PSDB, DEM e PPS na formação de um cartel em licitações de metrô e trens no estado. As acusações constavam de um texto atribuído pelo jornal a Everton Rheinheimer. No mesmo documento, o ex-diretor da Siemens disse que o atual secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB), teria recebido propina de multinacionais suspeitas de participar do esquema. Os secretários Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) e José Aníbal (Energia) também são citados por Rheinheimer.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu acesso aos documentos em posse da Polícia Federal antes de tomar qualquer atitude em relação a acusações contra seus auxiliares.

(Com Estadão Conteúdo)

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