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Adriano da Nóbrega, outro caso à espera de um desfecho

Responsável por apurar as circunstâncias da morte do criminoso, MP da Bahia não esclarece em que pé está a investigação

Por Daniel Pereira 30 jul 2023, 12h45

Um dos personagens mais conhecidos na rede de interesses que une contraventores, milicianos e autoridades públicas, o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto em fevereiro de 2020, no interior da Bahia, numa operação realizada pela polícia militar do estado, com o auxílio da inteligência da polícia civil do Rio de Janeiro.

O caso ganhou repercussão imediatamente porque — além de ser um foragido da Justiça e acusado de chefiar um grupo de matadores de aluguel — Adriano teve parentes empregados no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que acabaram acusados de participação no suposto esquema de rachadinha envolvendo o filho mais velho de Jair Bolsonaro.

Como o próprio ex-presidente, quando era deputado federal, havia rendido homenagens a Adriano, o PT e partidos de esquerda logo ventilaram a tese de que o ex-PM havia sido morto numa queima de arquivo, como forma de blindar o clã Bolsonaro. A tese foi prontamente rebatida pelo capitão e seus filhos, que denunciaram a exploração política do caso.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Adriano morreu porque resistiu a uma ordem de prisão e trocou tiros com policiais. Sua companheira na época, Julia Lotuffo rechaçou essa versão em depoimento ao Ministério Público da Bahia e declarou que ele foi torturado e executado. Desde então, persiste a dúvida sobre as circunstâncias da morte.

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Responsável pelo caso, o MP-BA informou mais de uma vez a VEJA que a conclusão da investigação dependia de perícias, algumas delas encomendadas à Polícia Federal. “O procedimento de investigação criminal (PIC) instaurado pelo Ministério Público estadual está em sua fase final, em etapa de conclusão da análise das provas coletadas”, informou o órgão em janeiro de 2021.

No decorrer das investigações, o promotor responsável inicialmente pelo caso foi transferido. Já o MP-BA, quando perguntado sobre o andamento da apuração, mudou de postura e parou de se manifestar, mesmo que com a resposta de praxe: “o processo é sigiloso”. O próprio interesse pelo caso diminuiu. Entre outros motivos porque Bolsonaro não é mais presidente, e Adriano não serve mais de pretexto para o embate politico. Não devia ser assim.

Além de chefe de um grupo de matadores de aluguel, Adriano conhecia os meandros das milícias, da contravenção e das relações entre criminosos e autoridades públicas. Conviveu de perto com acusados de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, inclusive com Ronnie Lessa, o autor dos disparos. Em depoimento ao MP do Rio, Julia Lotuffo, a viúva de Adriano, disse que ele chegou a ser procurado para executar o homicídio da vereadora, mas rechaçou a proposta. Os dois casos, de certa forma, dialogam. E ambos precisam ser esclarecidos.  

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