A vida do operador da Odebrecht foragido na Suíça
Bernardo Schiller Freiburghaus é apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como o operador secreto dos desvios de empreiteiras no exterior
Apontado como operador da Odebrecht no propinoduto da Petrobras, Bernardo Schiller Freiburghaus vive em Genebra, na Suíça, e não está escondido em nenhum bunker. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo flagrou Freiburghaus na tarde deste domingo na fila de um dos cinemas mais movimentados de Genebra.
Procurado pela Interpol, o operador não pode deixar o país. A pedido do Brasil, as autoridades suíças investigam o suspeito por lavagem de dinheiro, mas não fizeram nenhuma ação para prendê-lo. Freiburghaus nasceu no Brasil e é filho de pai suíço. Após o avanço da Operação Lava Jato da Polícia Federal, ele deu baixa no passaporte brasileiro e mudou para a Suíça, onde também é cidadão.
Ontem, o doleiro foi ao cinema para assistir a Jurassic World com a família. Durante a projeção em 3D, divertiu-se e riu com a superprodução. Ao deixar a sala, ele se dispôs a conversar com a reportagem do jornal, mas não quis comentar a nova fase da Lava Jato, que prendeu as cúpulas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Questionado sobre seu nome estar na Interpol, lamentou: “É, a vida não está fácil”. Depois, seguiu em direção à sua casa.
Para ir ao cinema, ele caminhou cerca de um quilômetro até o centro comercial na movimentada Rue de la Confederation. Em seu apartamento, estimado em 3,5 milhões de dólares, em área nobre, Freiburghaus colocou tapumes nas janelas da cozinha para manter sua privacidade.