A proposta que o PT fez ao marqueteiro de Lula antes da demissão
O partido queria que Augusto Fonseca fizesse um 'empréstimo ' à legenda, arcando com os custos iniciais da pré-campanha
O marqueteiro Augusto Fonseca cuidava desde fevereiro da campanha eleitoral de Lula. Neste semana, ele foi demitido sem nenhuma explicação oficial do partido ou do ex-presidente da República. Apesar da liderança ainda folgada de Lula nas pesquisas de intenção de voto, existe uma disputa interna no PT por poder e dinheiro. O marqueteiro foi a primeira vítima mais graduada dessa guerrilha.
Desde que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro começou a diminuir, eclodiram rusgas entre o coordenador de comunicação da campanha, o ex-ministro Franklin Martins, e o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, que tem o apoio do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, e do secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira.
Antes de ser defenestrado da campanha, Augusto Fonseca recebeu uma proposta. A ala ligada a Jilmar Tatto queria que ele fizesse uma espécie de ‘empréstimo’ para o partido. A proposta era a seguinte: Augusto arcaria com gastos iniciais da pré-campanha, calculados entre 6 e 7 milhões de reais.
O PT tem problemas de caixa, responde a vários processos por dívidas e algumas contas do partido estão bloqueadas.
O marqueteiro recebeu a garantia de que receberia o dinheiro investido de volta tão logo ocorresse a liberação dos recursos do fundo eleitoral, mas ele não aceitou a proposta.
O passivo do partido apenas com a União ultrapassa 20 milhões de reais. São em grande parte dívidas previdenciárias, multas eleitorais e débitos fiscais.
Fonseca será substituído por Sidônio Palmeira, marqueteiro ligado ao governador da Bahia, o petista Rui Costa.