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A maratona particular de Fernando Haddad até 2026

Desempenho do futuro ministro da Fazenda será decisivo para consolidar a sua condição de sucessor natural de Lula dentro do PT

Por Daniel Pereira 17 dez 2022, 19h03

Indicado para o cargo de ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse em entrevista à Globonews que não pensa numa eventual candidatura ao Palácio do Planalto em 2026, apesar de petistas e adversários dizerem que ele é o nome mais forte para representar o PT na próxima corrida presidencial. “Eu já tenho estrada suficiente para saber que a pior coisa que a pessoa pode fazer na vida é sentar numa cadeira pensando na próxima”, disse Haddad. “Eu não vou trabalhar pensando na próxima eleição”.

Apesar de sua cautela, Haddad é considerado o sucessor natural de Lula no PT graças às bênçãos do próprio presidente eleito, que, curiosamente, nunca fez questão de fortalecer novos líderes dentro do partido e na esquerda de uma forma geral. O futuro ministro ganhou prestígio de forma gradativa com o chefe, que o considera o melhor ministro da Educação da história e fez dele prefeito de São Paulo em 2012, candidato-tampão a presidente da República em 2018 e agora comandante da futura equipe econômica.

Haddad também amealhou pontos na campanha deste ano, quando ajudou na negociação para fazer de Geraldo Alckmin o vice na chapa do PT, trabalhou para reaproximar a ex-ministra Marina Silva de Lula e obteve a maior votação de um candidato petista na disputa pelo governo de São Paulo, o que, segundo análise do presidente eleito, impediu que Jair Bolsonaro abrisse uma margem de votos no maior colégio eleitoral do país capaz de lhe garantir a reeleição.    

Até 2026, o desafio de Haddad, que já foi tachado de forma pejorativa de “poste de Lula”, é mostrar que tem luz própria à frente da Fazenda e entregar resultados em termos de crescimento, emprego e redução da fome e da miséria. “O sonho do Haddad é ser presidente. O problema é que ele gosta mais de pensar, escrever, materializar as coisas do que se jogar nos braços do povo”, diz um amigo do futuro ministro.

Como Haddad, Dilma Rousseff também enfrentou resistências internas no PT e preferia os gabinetes às ruas. Mesmo assim, ela concorreu e conquistou a Presidência com o apoio de Lula, a quem coube e caberá a palavra final na hora da sucessão.

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