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A lembrança de Thomaz Bastos inspira Lula e pressiona Lewandowski

Presidente espera do ministro da Justiça que ajude o governo a estreitar laços com o Judiciário, algo que seu antecessor no cargo fez com maestria

Por Daniel Pereira 7 abr 2024, 17h55

Como o PT e os partidos de esquerda são minoritários no Congresso, o presidente Lula definiu como prioridade estreitar laços com o Supremo Tribunal Federal (STF), que seria capaz não apenas de conter o avanço do bolsonarismo como reverter derrotas do governo no Legislativo. Até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem destacado a contribuição do Judiciário para o equilíbrio das contas públicas.

Para fortalecer a sua posição no Supremo, Lula indicou para a Corte o senador Flávio Dino, então comandante do Ministério da Justiça, e convidou para substituí-lo o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski, que, por ser conhecedor dos meandros do tribunal, também poderia reforçar a ofensiva do governo destinada a consolidar uma aliança com os magistrados.

No entorno presidencial, espera-se que Lewandowski reedite o papel do advogado Márcio Thomaz Bastos, que foi ministro da Justiça de Lula entre 2003 e 2007. Não será fácil.

Unanimidade

Criminalista conceituado, Thomaz Bastos gozava de muito prestígio entre advogados e ministros de tribunais superiores. Articulado e bem relacionado, ele tinha uma atuação que extrapolava a área jurídica. Na prática, era um dos principais conselheiros políticos de Lula, função que desempenhou mesmo quando deixou a Esplanada dos Ministérios, além de ser um interlocutor destacado nas conversas com grandes empresários. Não à toa, um de seus apelidos era “god”, deus em inglês.

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De Lewandowski, que tem atuação restrita ao Judiciário, o presidente não espera tanto. Mesmo com o sarrafo mais baixo, a missão do ministro tem se mostrado espinhosa. Desde que assumiu a Justiça, ele tem lidado diariamente, por exemplo, com o combate ao crime organizado. Sua estreia no cargo foi marcada pela fuga de dois presos da penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró (RN).

O caso serviu de munição à oposição. Parlamentares aprovaram um convite para Lewandowski prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. Nas redes sociais, onde as acusações são disparadas sem o amparo de qualquer prova, bolsonaristas aproveitaram para reforçar o discurso de que Lula e o PT são lenientes com o crime organizado e os bandidos.

Na quinta-feira, 4, uma ação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal prendeu os dois foragidos da penitenciária de Mossoró, cinquenta dias após a fuga. Foi um pequena vitória para o ministro, que está muito longe de cumprir suas missões. Diz um ex-integrante da pasta da Justiça: “O ministério hoje não é mais o ministério do Márcio Thomaz Bastos. Aquilo é uma delegacia de polícia. Todo dia chegam 2 ou 3 baleados. É morte de índio, é prisão de miliciano, é tiro para todo lado”.  

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