Desde o início da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro tem se deparado com uma série de estratégias de defesa para tentar protelar e dificultar as investigações e o próprio trâmite processual. Já foram apresentados pedidos para ouvir ministros, para fazer perícias em cada contrato com a Petrobras e até para que sejam degravadas milhares de horas de monitoramento telefônico. Mas a mais nova chicana detectada para conturbar a Lava Jato partiu do advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Funcionários da Justiça Federal reclamam que Edson Ribeiro simplesmente não atende aos telefonemas que cobram que ele apresente a defesa final de Cerveró – sem a defesa, o juiz Sergio Moro não pode dar continuidade ao julgamento. Autoridades que acompanham o processo detectaram uma estratégia clara: sem a apresentação das alegações finais, o advogado estaria construindo o argumento, a ser apresentado em tribunais superiores, segundo o qual Nestor Cerveró estaria preso há muito tempo sem julgamento. Diante da chicana do advogado, Moro agora ameaça multar o defensor em até 78.800 reais. (Laryssa Borges, de Curitiba)