Acusado por integrantes da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 de ser um “tucano enrustido”, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo escancarava, no ambiente familiar, a simpatia pela candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma naquela eleição. Mensagens encontradas pela Operação Lava Jato em um dos celulares de Azevedo mostram um grupo da família dele no WhatsApp em que o ex-executivo da Andrade se diz apoiador da campanha do tucano. “Nunca fiz campanha. Dessa vez estou tenso e envolvido. Fazendo campanha ostensiva aqui no Sírio e onde eu passo”, escreveu, durante uma passagem pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Em conversa com a esposa e os filhos, ele também comemorou a performance de Aécio no último debate eleitoral, na TV Globo, antes do pleito. “O Aécio foi mais assertivo, mais direto nas respostas e ela se enrolou nas respostas, várias vezes”, vibrou Otávio Azevedo, que cravou como resultado final 51,7% dos votos para o tucano e 48,3% para a petista. Durante a apuração, que não confirmou o vaticínio do empreiteiro, os Azevedo pediram três pizzas e uma das filhas, confiante no palpite do pai, escreveu: “Vai ter champa!!! Veuve para celebrar”. Ela se referia ao champanhe francês Veuve Clicquot, cuja rolha deve ter permanecido intacta naquele dia. (João Pedroso de Campos, de São Paulo)