Jair Bolsonaro, Sergio Moro e o dilema do prisioneiro
Thomas Traumann analisa os problemas de relacionamento entre o presidente da República e o ministro da Justiça
Jair Bolsonaro e Sergio Moro estão em um dilema. Com problemas de relacionamento, eles pensam se colaboram um com outro e tentam uma convivência tranquila que os levem até 2022 ou eles rompem neste momento e descobrem o que acontece. Só que, a princípio, um precisa de outro, já que Bolsonaro foi eleito com o discurso de ser o representante da nova política. E Moro dava o carimbo de credibilidade para essa ideia. Já Moro aceitou ser ministro porque achou que teria do governo Bolsonaro o apoio que queria para aprovar uma série de mudanças na legislação penal.
Oito meses depois, a relação se desgastou. Mas, se Moro sair, pode ser uma catástrofe para os dois: Bolsonaro ficaria sem o ministro que tem uma interlocução muito clara com parte da sociedade que votou em Bolsonaro só pela representatividade de uma nova política. Moro ficaria com seus projetos futuros abalados, especialmente o de ser candidato em 2022, já que será atacado como um traidor.