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“Vamos deixar a educação disponível a qualquer aluno que queira aprender e que tenha acesso à internet”

Anant Agarwal trabalha para reverter a situação de pessoas que, como ele, não têm, ou não tiveram, acesso a ensino de qualidade.

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h10 - Publicado em 10 jun 2015, 17h58

O indiano Anat Agarwal, professor de arquitetura da computação, é CEO e fundador da plataforma edX, financiada pela universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. O site oferece cursos online respaldados por algumas das instituições mais respeitadas do mundo e segue o conceitos dos MOOCs, sigla em inglês para cursos online abertos e massivos. De graça, as aulas já atraíram mais de 4 milhões de estudantes de todos os países do mundo.

Em entrevista ao site de VEJA, Agarwal explica por que acredita que esse pode ser o início de uma revolução tecnológica no campo da educação.

O que te motivou a criar o edX? Cresci em uma cidade pequena da Índia e me lembro de como estava despreparado para a faculdade. Fui um dos dois únicos alunos a reprovar em provas semestrais da universidade, no primeiro ano. Se o estudante é de uma cidade pequena e não tem acesso ao material adequado, estará despreparado para a educação no futuro. Se eu tivesse mais oportunidades, talvez não tivesse reprovado. Temos que lutar para garantir acesso à educação de qualidade.

Temos o mesmo problema no Brasil. Como o mundo online poderá superar esse obstáculo? Muitas pessoas hoje têm mais acesso à banda larga ou ao wireless do que à escola. Nossa visão é deixar a educação disponível a qualquer aluno que queira aprender e que tenha acesso à internet. Como acréscimo, muitos governos se esforçam para baratear o custo dos dispositivos eletrônicos, como smartphones, o que facilitaria ainda mais o empenho da edX. Na África, por exemplo, temos uma parceria com a Nokia, que dá aparelhos gratuitos aos alunos. Esse tipo de parceria ajuda a expandir a abrangência da educação.

Os MOOCs surgiram restritos a quem já tem ensino superior. Continua assim? Estamos disponíveis para todos, 65% dos nossos usuários têm formação universitária, mas o restante está no colégio. Hoje temos 40 cursos focados no ensino médio. No passado, a maior parte dos MOOCs era produzida pelas universidades. Mas agora desenvolvemos os cursos para quem não tem um diploma.

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Quem não tem acesso à educação de qualidade em escolas poderá, no futuro, aprender exclusivamente online? Se uma comunidade tiver acesso a uma escola e a professores, aquelas pessoas absolutamente têm que tirar proveito disso. É o melhor caminho. O que temos online faz com que a experiência fique melhor. Mas é preciso mesclar as experiências. Agora, em uma situação extrema, quando o acesso do estudante é praticamente nulo, podemos ser um alento.

É possível criar um sistema público de educação que misture offline com o online, como o senhor aponta ser a situação ideal? Sim. No futuro, esse será o conceito normal de educação. Teremos o melhor do online e o melhor do físico. Por exemplo, eu assisti aos jogos da Copa do Mundo no Brasil pela televisão. E, na TV, temos replays e podemos rever o que aconteceu. Na aula online também podemos dar o replay. Na aula ao vivo, se você perdeu aquele conteúdo, ele foi embora. Ao levar o online para dentro da sala de aula, os alunos conseguem assistir à classe diferentes vezes, e de diferentes formas.

Isso mudará a forma de aprender, como o tempo que se leva para concluir um curso universitário? Quando eu era universitário, discutia-se se o meu curso devia ser de quatro ou cinco anos. Por que defendemos que quatro ou cinco anos seja o formato ideal? Acredito na educação continuada. As habilidades necessárias para um determinado posto mudam quase que anualmente. Muito do que eu aprendi há 40 anos não é relevante hoje. Por isso, ter à disposição aulas online pode ser uma forma rápida de se atualizar quando necessário.

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