Paciente com suspeita de ebola é transferido para o Rio
Homem de 47 anos chegou da Guiné em 19 de setembro e estava internado em Cascavel (PR). Ele será examinado na Fundação Oswaldo Cruz
Por Da Redação
10 out 2014, 08h24
Chegou ao Rio na manhã desta sexta-feira o missionário de 47 anos suspeito de ter contraído o vírus ebola na Guiné, na África Ocidental. Souleymane Bah chegou ao Brasil em 19 de setembro, em voo que fez escala no Marrocos. Ele estava internado em Cascavel (PR) e viajou em um jato da Força Aérea Brasileira. O avião pousou na Base Aérea do Galeão (Ilha do Governador) por cerca das 6h30. Medidas de segurança e proteção foram tomadas. Na pista, esperavam o paciente uma ambulância do Corpo de Bombeiros e três profissionais de saúde, que usavam aventais e máscaras. O paciente será examinado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O primeiro caso suspeito de ebola no Brasil foi comunicado na noite desta quinta-feira pela Secretaria de Saúde do Paraná ao Ministério da Saúde. Assim que a possibilidade do contágio foi identificada, o paciente foi mantido isolado no Pronto Atendimento (UPA) Brasília II, em Cascavel (PR), cidade que fica a 500 quilômetros de Curitiba. O homem teve febre nos últimos dois dias, mas não apresentou hemorragia, vômito ou outros sintomas que caracterizam a infecção por ebola. Outras suspeitas são de que ele tenha malária ou dengue. Por precaução, toda a unidade foi colocada em quarentena, assim como um número não divulgado de funcionários do centro médico. Pacientes que estavam na UPA de Cascavel foram transferidos para outros hospitais.
Prevenção – O superintendente de Vigilância em Saúde do Paraná destacou que o caso é apenas uma suspeita e que não há motivo para pânico entre os moradores da cidade. “Essa é uma doença que só se transmite com contato com secreções, sangue. Não há a mínima possibilidade de uma pessoa que esteve no mesmo ambiente, sem tocar no paciente, pegar ebola. Reforço que a população de Cascavel está segura”, afirmou.
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A notícia aparece no mesmo dia em que o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que, embora baixo, existia o risco de o Brasil registrar um caso da doença. Pela manhã, ele disse que o sistema de vigilância montado era adequado e que instituições de saúde estavam em treinamento constante para identificar casos suspeitos e para adotar as medidas de segurança necessárias, caso isso ocorresse.
O mundo enfrenta a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal, Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e oito mortes.
Vírus – Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias. A incubação – período entre o contágio e a manifestação dos primeiros sintomas – pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio específico para o ebola.
Em agosto, o Centro de Operações de Emergência em Saúde do governo federal acionou o nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da doença no país sem a necessidade de autorização dos governos locais.
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Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da doença, com isolamento e tratamento.
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