O promotor venezuelano que denunciou as pressões do governo para condenar o líder opositor Leopoldo López a quase 14 anos de prisão foi destituído de seu cargo, anunciou nesta segunda-feira a procuradora-geral Luisa Ortega. Na sexta-feira, Franklin Nieves, um dos promotores do caso contra Lopez, declarou que deixou o país com sua família em razão das “pressões” do governo e de seus superiores para defender a sentença contra o político oposicionista após um julgamento descrito como “farsa”.
Em sua primeira declaração sobre o assunto, Ortega explicou que a destituição de Nieves foi por “abandono de seu posto de trabalho”, sem especificar o período de ausência do funcionário. Nieves “foi destituído e, claro, perdeu os seus direitos de aposentadoria, infelizmente”, anunciou a procuradora em uma entrevista ao canal privado Venevisión.
Leia também:
EUA investigam corrupção na PDVSA, petroleira estatal venezuelana
TSE abandona missão da Unasul para eleições venezuelanas
López: ‘Qualquer atentado contra minha integridade’ será culpa de Maduro
“Ouviremos insultos e calúnias contra mim, porque não me prestei a continuar com a farsa que foi montada”, disse Nieves na sexta-feira, quando prometeu entregar novos detalhes do caso, mas sem revelar seu paradeiro. Ele deveria defender o veredicto proferido em 10 de setembro, diante de um recurso interposto em 16 de outubro pela defesa do fundador do partido de centro-direita Vontade Popular.
Lopez, de 44 anos e líder da ala radical da oposição, foi condenado sob a acusação de incitar a violência durante os protestos pela renúncia do presidente Nicolás Maduro, que deixou 43 mortos e centenas de feridos entre fevereiro e maio de 2014.
A sentença foi criticada por vários governos e líderes internacionais que questionaram a independência da Justiça venezuelana.
(Com AFP)