Presidente ucraniano dissolve o Parlamento e convoca eleições antecipadas
Exército ucraniano afirma ter enfrentado coluna militar vinda da Rússia, em direção ao sul
Por Da Redação
25 ago 2014, 18h23
O presidente ucraniano Petro Poroshenko dissolveu nesta segunda-feira o Parlamento e convocou eleições antecipadas para o dia 26 de outubro, informou a rede britânica BBC. Em comunicado, o mandatário justificou a decisão dizendo que a maioria dos parlamentares apoiava o presidente deposto Viktor Yanukovich, o que não condizia com os interesses das milhares de pessoas que foram às ruas de Kiev para pedir a formação de um novo governo. Depois da cisão na coalizão governista no mês passado, a decisão já era esperada. Partidos pró-Ocidente, incluindo o de Poroshenko, são tidos como francos favoritos no pleito. Os congressistas da atual Legislatura continuarão a desempenhar suas funções até que o novo Parlamento seja eleito.
O anúncio foi feito em meio à escalada de tensão no leste do país, onde forças governistas tentam retomar áreas controladas por separatistas pró-Rússia. Nesta segunda, o governo russo comunicou que planeja enviar um segundo comboio humanitário para o território vizinho “nos próximos dias”, por considerar que a situação na região está se deteriorando. O envio de comboios foi motivo de protestos do governo ucraniano, que denunciou uma “invasão” russa ao país. A Ucrânia teme que os caminhões estejam, na verdade, levando armamentos para os rebeldes. O primeiro comboio voltou para a Rússia no fim de semana, depois de cruzar a fronteira em direção à Ucrânia sem autorização do governo local.
Confronto – O Exército ucraniano anunciou que entrou em confronto com uma coluna de veículos blindados que cruzaram a fronteira rumo ao porto de Mariupol, no sul do país. A suspeita ucraniana é que os separatistas estejam tentando abrir um novo front no sul do território. Mariupol, um importante porto no mar de Azov, está sob controle das forças do governo, que expulsaram rebeldes em junho, depois de semanas de conflitos. Nos últimos três meses, militares ucranianos recuperaram boa parte do território antes nas mãos dos rebeldes pró-Moscou, ao custo de mais de 2.000 mortos.
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