Presidente colombiano aceita mediação do Uruguai em crise com Venezuela
Juan Manuel Santos aceitou oferta do uruguaio Tabaré Vázquez para dialogar com Maduro. Tensão na fronteira entre Colômbia e Venezuela aumentou após deportação de colombianos
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta segunda-feira que aceitou uma oferta de mediação do Uruguai para tratar a crise diplomática com a Venezuela e proporcionar um diálogo com o presidente Nicolás Maduro.
“Na semana passada recebi uma ligação do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que ofereceu seus bons ofícios para proporcionar o diálogo com a Venezuela. Aceitei a oferta e comuniquei que estava disposto a fazer esta reunião fora, inclusive em Montevidéu, se ele considerar necessário”, declarou Santos ao término de um conselho de ministros em Bogotá. O governante garantiu que a Colômbia “sempre privilegia a solução dos problemas com outras nações pela via do diálogo e pela via diplomática”.
“Mantenho minha disposição de me reunir com o presidente Maduro para que através de um diálogo sério e respeitoso possamos resolver os problemas da fronteira que afetam tanto colombianos como venezuelanos”, acrescentou Santos.
O chefe de Estado comentou que “desde o primeiro dia”, quando a Venezuela ordenou o fechamento da fronteira pelo ponto que liga o departamento de Norte de Santander com o Estado de Táchira, quis “falar com Maduro, mas não foi possível”.
Leia mais:
Colômbia pede ‘ação rápida’ da OEA diante de crise com Venezuela
Colômbia chama embaixador na Venezuela por crise na fronteira
Venezuela fecha fronteira com a Colômbia e provoca crise com o vizinho
Venezuela deporta mais de mil colombianos; Bogotá denuncia ‘drama humanitário’
O presidente venezuelano anunciou em 19 de agosto o fechamento da fronteira entre Cúcuta (Colômbia) e Ureña e San Antonio (Venezuela), medida que foi acompanhada pela declaração de um estado de exceção em vários municípios de Táchira, como parte de uma ofensiva contra o contrabando e supostos paramilitares.
Após esses anúncios, mais de mil colombianos foram deportados da Venezuela, enquanto cerca de 15.000 abandonaram o país por receio de ter o mesmo destino, segundo dados do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
“Estou pronto para o diálogo, mas isso se nunca mais voltarem a violar os direitos fundamentais, os direitos humanos de nossos compatriotas”, ressaltou Santos em sua declaração desta segunda-feira.
Ao fazer um balanço da situação na fronteira, o presidente colombiano informou que, segundo registros oficiais, 13.962 pessoas retornaram da Venezuela, entre elas 1.443 deportados. Santos afirmou que 1.279 pessoas que permaneciam nos albergues disponibilizados para receber os colombianos afetados já saíram rumo a seus lugares de origem na Colômbia.
Segundo o presidente, 1.150 crianças passaram pelo “corredor humanitário” estipulado por ambos os países para permitir que os estudantes que atravessam a fronteira cheguem a seus colégios.
(Com agência EFE)