Colômbia chama embaixador na Venezuela por crise na fronteira
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, classificou como "inaceitável" o comportamento do governo do país vizinho
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta quinta-feira que decidiu chamar para consultas seu embaixador em Caracas pelo comportamento “inaceitável” do governo da Venezuela em relação à crise na fronteira, que levou à deportação de mais de mil colombianos.
“Dei instruções à chanceler para que chame para consultas o nosso embaixador na Venezuela e que convoque uma reunião extraordinária de chanceleres da Unasul. Queremos contar ao mundo (…) o que está ocorrendo porque isto é totalmente inaceitável”, disse Santos durante um ato oficial.
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O presidente colombiano disse que tomou a decisão após o governo venezuelano ignorar o acordo acertado na quarta-feira que permitia que o defensor do povo da Colômbia, Jorge Otálora, visitasse a cidade de San Antonio del Táchira para verificar denúncias de abusos realizadas por cidadãos expulsos da Venezuela.
“Quero reafirmar que a Colômbia privilegia o diálogo e a diplomacia e oxalá a Venezuela tenha a mesma atitude, porque até o momento o que vimos é que não há qualquer vontade de diálogo ou soluções diplomáticas, apenas soluções de força ou atitudes como as que vem tendo com nossos compatriotas”, destacou Santos.
“Não posso permitir que a Venezuela trate os colombianos e trate o governo colombiano desta forma”.
Segundo o último boletim oficial, 1.097 colombianos foram deportados da Venezuela desde a sexta-feira, quando entrou em vigor o estado de exceção decretado pelo presidente Nicolás Maduro em um setor da fronteira.
A medida foi motivada, segundo Caracas, por um ataque contra militares venezuelanos na semana passada, durante uma operação de combate ao contrabando no estado de Táchira, que Maduro atribuiu a “paramilitares colombianos”.
Desde então, as autoridades estimam que entre 5 mil e 6 mil colombianos saíram da Venezuela voluntariamente, a maioria cruzando o rio Táchira, fronteira natural entre os dois países.
(Com AFP)