Onze indianas morrem durante campanha de esterilização
Testemunhas afirmaram que dupla realizou 83 laqueaduras em seis horas
Onze mulheres morreram na Índia desde o último sábado após se submeterem a um programa de esterilização promovido pelo governo. Outras vinte estão internadas em estado grave. Segundo a rede BBC, as mortes ocorreram em um hospital de campanha no Estado de Chhattisgarh, na região central do país. Oitenta e três mulheres do vilarejo de Pendari, com idades entre 26 e 40 anos, se submeteram a cirurgias de laqueadura. Dessas, 64 ficaram doentes pouco depois. Ainda de acordo com a BBC, apenas um médico e um assistente realizaram todas as cirurgias, que foram cumpridas em apenas seis horas.
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As autoridades locais negaram qualquer tipo de negligência, mas suspenderam quatro funcionários que atuaram no local. Entre eles estava um médico que ganhou um prêmio em 2013 por realizar 50.000 cirurgias, de acordo com a BBC.
As mulheres reclamaram de dor e febre logo após as cirurgias. Parentes das mulheres descreveram para a imprensa indiana que as condições no local eram “pavorosas”. Investigações preliminares levantaram a suspeita de que as mortes foram causadas por infecção ou por hemorragia. O resultado oficial deve ser divulgado na quarta-feira.
Com 1,2 bilhão de habitantes, a Índia vem promovendo esse tipo de campanha de esterilização como parte dos esforços para reduzir a população do país. A adesão é voluntária, mas funcionários do governo costumam dar incentivos financeiros para que a população se submeta ao procedimento. O alvo normalmente são comunidades pobres. Testemunhas contaram que na campanha do último sábado, funcionários ofereceram cerca de 50 reais para que as mulheres aderissem.
Não é a primeira vez que esse tipo de incidente é registrado no país. Em janeiro de 2012, três homens foram presos no Estado de Bihar após realizarem cirurgias em 53 mulheres em um espaço de duas horas sem o uso de anestésicos.