Obama não apoiará candidato algum nas primárias democratas nos EUA
Chefe de gabinete do presidente americano afirma que escolha de candidato democrata é "trabalho do partido" e que Obama só entrar na campanha presidencial após indicado for decidido
O presidente de Estados Unidos, Barack Obama, não apoiará qualquer candidato democrata a sucedê-lo nas primárias deste ano, e esperará que o partido Democrata decida por um candidato para fazer campanha, disse neste domingo (10/01) o chefe de gabinete da Casa Branca, Denis McDonough.
“Esse não é nosso trabalho. É trabalho do partido tomar essas decisões. Faremos as coisas exatamente como foram feitas no passado: quando o indicado for decidido, o presidente estará lá fora” fazendo campanha por ele, afirmou McDonough em entrevista à emissora americana NBC News.
Ele revelou que Obama se reuniu a portas fechadas com o senador Bernie Sanders, o principal rival da ex-secretária de Estado Hillary Clinton nas primárias democratas.
“Obama viu o senador Sanders, tanto dentro do âmbito democrata do Senado quanto de forma privada. E seguiremos fazendo isso. Obviamente, é um dos principais senadores em nosso Caucus (grupo político do partido democrata)”, afirmou McDonough.
Ele também teve reuniões privadas com Hillary Clinton, a favorita do partido nas enquetes e considerada por muitos como a preferida por Obama desde que o vice-presidente Joe Biden decidiu não entrar na disputa.
Apesar de não indicar apoiar nomes, Obama já se mostrou disposto a defender agendas. Em artigo opinativo na última quinta-feira, Obama disse que não fará campanha, não apoiará e nem votará em candidatos, mesmo que de seu partido, “que não apoiem reformas de bom senso” no tema das armas.
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Alguns analistas interpretaram essa mensagem como uma advertência a Sanders, que representa no Senado um estado com uma boa proporção de proprietários de armas, Vermont, e rejeitou em algumas ocasiões medidas para um maior controle delas, embora nos últimos anos tenha mudado essa posição.
Perguntado a respeito, McDonough disse que “houve um movimento (na campanha de Sanders) desde que apareceu o artigo (de Obama) na quinta-feira, e isso é bom”.
“O objetivo é que tenhamos leis sobre armas que respondam aos desejos dos americanos, não dos grandes chefes da NRA (Associação Nacional da Espingarda). Isso é o que estamos vendo, e quando tivermos um indicado, tomaremos uma decisão (sobre apoiá-lo)”, acrescentou McDonough.
(com EFE)