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Nos 4 anos da revolução, confrontos matam 15 no Egito

Grupos islamitas ligados ao ex-presidente Mursi convocaram manifestações para celebrar os quatro anos do levante que levou à renúncia de Mubarak

Por Da Redação
25 jan 2015, 15h01

No dia em que o Egito lembra o quarto aniversário dos protestos de 201,1 que derrubaram o ditador Hosni Mubarak, pelo menos quinze pessoas morreram e trinta ficaram feridas em confrontos entre manifestantes e a polícia nas cidades do Cairo e Alexandria. Em ato pelos quatro anos do levante popular, partidários do ex-presidente islamita Mohamed Mursi convocaram protestos contra o regime do atual presidente e ex-chefe do Exército, Abdel Fattah Sisi.

No norte do Cairo, dois manifestantes islamitas morreram em confrontos com a polícia, segundo o Ministério da Saúde, e seis policiais ficaram feridos por balas de chumbo, de acordo com autoridades de segurança. Um terceiro manifestante que teria atirado contra os policiais durante um ato em Alexandria também foi morto.

Sob o argumento de que agem em represália à repressão, grupos jihadistas multiplicaram seus ataques contra as forças de ordem em todo o país. Na manhã deste domingo, dois policiais ficaram feridos na zona leste do Cairo na explosão de uma pequena bomba, segundo o porta-voz do ministério do Interior, Hani Abdel Latif. O ataque foi reivindicado pelos jihadistas do Ajnad Misr, um grupo que já havia reivindicado a explosão de uma pequena bomba na última sexta-feira, ferindo quatro policiais e um civil no mesmo bairro.

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Entenda – Epicentro da revolta de 2011, a praça Tahrir era monitorada por um forte esquema de segurança. Algumas dezenas de simpatizantes de Sisi se reuniram perto do local, levando bandeiras egípcias e gritando “viva o Egito”. “É o funeral da revolução”, lamentou Mamdouh Hamza, figura importante do movimento de 2011 que estava perto do ato. “A situação não melhorou e nada mudou desde que Sisi assumiu o poder”, criticou. Em todo o Cairo, onde as ruas estavam desertas e policiais armados com submetralhadoras vigiavam as principais avenidas do centro da cidade, manifestantes islamitas queimaram um posto da polícia.

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Em janeiro de 2011, os egípcios iniciaram uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, que comandava o país há três décadas. Mubarak deixou o cargo no dia 11 de fevereiro. Durante as manifestações, mais de 800 manifestantes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.

Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012. Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário. Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a sua renúncia. Em julho do ano passado, um golpe militar destituiu Mursi.

​Um governo provisório foi instalado pelo comandante das Forças Armadas, general Abdel Fattah Sisi, e uma nova Constituição foi aprovada em referendo. O texto, elaborado sem a presença da Irmandade, preserva os poderes dos militares que apearam os islamistas do governo. Mas que ainda não conseguiram trazer estabilidade para o país.

Sisi foi eleito presidente do Egito em maio do ano passado, com 92% dos votos. Com sua vitória nas eleições, o país voltou novamente a ter um presidente ligado aos militares, que dominaram a vida política do país nos 59 anos anteriores à eleição de Mursi, em 2012.

Mursi goza do apoio de grande parte da opinião pública, abalada por quatro anos de instabilidade polícia e de crise econômica. No entanto, ele é acusado por seus opositores de ter instaurado um regime ainda mais autoritário do que o de Mubarak, reprimindo qualquer ato de oposição, tanto islamita quanto laico. Desde a destituição de Mursi, em julho de 2013, soldados e policiais mataram mais de 1.400 manifestantes islamitas e mais de 15.000 pessoas foram presas. A ONU também denuncia as penas de morte pronunciadas em julgamentos em massa, chamados de “sem precedentes na história recente”.

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(Com Agence France-Presse)

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